Imposto sobre grandes fortunas: proposta tem apoio de 70% dos brasileiros

Apoio brasileiro supera a média global: 68%. No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é o grande defensor da proposta

 

De cada dez brasileiros, sete apoiam a implementação de uma taxa sobre grandes fortunas, conforme revelou uma pesquisa realizada pela Ipsos. O estudo indica que, nas principais economias globais, mais de dois terços da população acreditam que os ricos deveriam pagar mais impostos. Encomendado pelas organizações Earth4All e Global Commons Alliance, o levantamento é divulgado enquanto o G20 se prepara para a reunião de ministros de Finanças em julho, conforme informações do colunista Jamil Chade, do UOL.

“O apoio a um imposto sobre a fortuna para pessoas ricas é maior na Indonésia (86%), Turquia (78%), Reino Unido (77%) e Índia (74%). O apoio é menor na Arábia Saudita (54%) e na Argentina (54%), mas ainda assim mais da metade dos entrevistados”, indica.

O objetivo do encontro é consolidar a proposta do Brasil de aumentar a taxação sobre grandes fortunas como uma medida para combater as desigualdades globais. Segundo a pesquisa, 68% dos entrevistados nos países do G20 são a favor de impostos maiores sobre grandes fortunas para financiar mudanças significativas na economia e nos padrões de vida, com apenas 11% se opondo. Além disso, 70% apoiam taxas de imposto de renda mais altas para os ricos e 69% são favoráveis a maiores impostos sobre grandes corporações.

No Brasil, o apoio a impostos sobre grandes fortunas supera a média global, alcançando 70%. Baseado em entrevistas com mil brasileiros maiores de 18 anos, o estudo mostrou que 53% defendem a ideia de uma renda básica universal, acima dos 52% registrados no G20. Na Índia, a taxa de apoio é de 71%. Um grande entusiasta da proposta no Brasil é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele destaca a urgência de implementar impostos sobre grandes fortunas, visando a captação de recursos para combater a fome global e promover ações contra as mudanças climáticas. Recentemente, ele se reuniu com o Papa Francisco no Vaticano. O encontro não contou com acesso à imprensa, mas um dos assuntos tratados foi a tributação mundial de grandes fortunas, ideia defendida pelo Brasil durante a presidência do G20.

A pesquisa também destacou que 71% das pessoas nos países do G20 consideram necessário adotar medidas na próxima década para reduzir as emissões de carbono. Além disso, 68% dos entrevistados concordam que a economia deve priorizar a saúde e o bem-estar das pessoas e do meio ambiente, ao invés de focar apenas no lucro e no aumento da riqueza. Esse percentual chega a 91% no México, 83% na África do Sul e 81% no Brasil, sendo menor na Arábia Saudita (52%) e nos Estados Unidos (62%).

(Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

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