Em entrevista ao jornalista Jamil Chade, do UOL, o advogado Rodrigo Tacla Duran, que implicou o ex-procurador e deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e o ex-juiz suspeito e senador Sergio Moro (União Brasil) em casos de extorsão na Operação Lava Jato, criticou o afastamento do juiz Eduardo Appio, que assumiu os processos da Operação Lava Jato, da 13ª Vara de Curitiba, pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) e disse que irá recorrer à Justiça visando anular a decisão.
Appio, que vinha investigando os abusos cometidos por Sergio Moro e Deltan Dallagnol ao longo da operação, foi afastado na segunda-feira (22) por uma suposta ligação que teria feito ao advogado João Malucelli, sócio do escritório de advocacia da esposa de Moro, a deputada federal Rosângela Moro, em que teria feito uma ameaça velada ao desembargador federal Marcelo Malucelli.
Na entrevista ao jornalista do UOL, Duran qualificou como “absurda” a decisão liminar do TRF-4 e disse que esta é “mais uma tentativa para afastar o juiz natural da 13a Vara Federal de Curitiba”.
“Extrapolaram a competência e a prevenção do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e do ministro Luis Felipe Salomão”, disse Duran.
“O desembargador Malucelli, infelizmente, mais uma vez demonstra sua parcialidade, ocultando essas informações prestadas ao ministro Salomão, para criar artificialmente uma competência da Corregedoria do TRF/4″, ressaltou.
Ainda de acordo com o advogado, o CNJ “já conhecia a matéria, uma vez que as questões afetas ao desembargador Malucelli e o relacionamento de seu filho com Sergio Moro já são processadas e conhecido pelo CNJ em um pedido de providências ex officio, vinculado a reclamações disciplinares promovidas por mim e pelo senador Renan Calheiros”, explicou o advogado a Jamil.
“Não podemos esquecer que foi o próprio TRF/4 que publicou uma nota dizendo que o desembargador Malucelli havia restabelecido um mandado de prisão contra mim e que depois por meio de sua equipe informática removeu esta nota do portal”, destacou Duran, segundo a reportagem.
O advogado também disse que irá adotar “as providências necessárias junto aos procedimentos em andamento no CNJ”. (Foto: Reprodução)