Etanol entra na mira de Trump como exemplo ‘injusto’ de tarifas

O etanol proveniente do Brasil passou a ser alvo de atenção do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na última quinta-feira, 13, a Casa Branca publicou um memorando que define as orientações para que os EUA adotem “tarifas recíprocas” em suas importações.

Como justificativa, o governo dos Estados Unidos também apresentou um documento explicando as razões por trás da decisão. O primeiro ponto mencionado é o etanol produzido no Brasil.

“A tarifa americana sobre o etanol é de apenas 2,5%, enquanto o Brasil aplica uma taxa de exportação de 18% sobre o etanol dos EUA“, afirma o relatório. “Como consequência, em 2024, os Estados Unidos importaram mais de US$ 200 milhões em etanol brasileiro, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões para o Brasil.”

O documento também aborda produtos agrícolas originários da Índia, além de veículos e frutos do mar da União Europeia.

Desde a sua candidatura à presidência, o republicano tem apontado os outros países como responsáveis por práticas comerciais desleais em relação aos itens fabricados nos Estados Unidos. Além disso, ele busca reintegrar indústrias no território americano ao implementar taxas sobre a importação de uma variedade de produtos.

Na semana anterior, Trump promulgou ordens executivas que estabelecem tarifas sobre a importação de aço e alumínio. O presidente dos EUA fixou uma taxa de 25% para esses materiais e revogou isenções e cotas isentas de tributos que beneficiavam importantes fornecedores, incluindo Canadá, México, Brasil e outras nações.

Impactos

A iniciativa terá um impacto sobre o comércio com o Brasil. Com essa ação, os Estados Unidos começarão a aplicar tarifas sobre nações que impõem impostos de importação a produtos originários dos EUA.

No ano de 2024, o Brasil enviou aos Estados Unidos produtos que totalizaram US$ 40 bilhões. Os principais produtos brasileiros exportados para os EUA no ano passado incluíram óleos brutos de petróleo, itens semi-processados de ferro ou aço, aeronaves e seus componentes, além de café não torrado.

No Brasil, são aplicados diferentes impostos e taxas, dependendo do tipo de produto e de sua origem. De modo geral, o país impõe um imposto sobre importações (II), fundamentado na Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC), com alíquotas que variam entre 0% e 20%.  (Foto: Reprodução)

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