Com Lula, investimento privado em infraestrutura sobe 63%

Sob a liderança do presidente Lula, o Brasil assiste a uma expressiva retomada da confiança do setor privado, refletida nos números robustos projetados para investimentos em infraestrutura. De acordo com a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o aporte privado no setor deve atingir R$ 372,3 bilhões entre 2025 e 2029, um aumento de 63,4% em relação ao ciclo anterior (2024-2028). Os dados foram divulgados no “Livro Azul da Infraestrutura”, publicação anual da entidade, segundo aponta reportagem do Valor.

O crescimento expressivo é atribuído ao avanço das concessões e à estabilidade regulatória recuperada durante o atual governo. “Houve um avanço grande, e a tendência é que a contratação de projetos continue crescendo”, afirma Roberto Guimarães, diretor de planejamento e economia da Abdib. Ele destaca que setores como rodovias, ferrovias e saneamento estão no centro das novas licitações.

Um marco fundamental para a alta nas projeções foi a privatização da Sabesp em julho deste ano, que adicionou R$ 66 bilhões aos cálculos. Mesmo sem considerar este impacto, o investimento privado contratado até 2029 seria de R$ 305,9 bilhões, um salto de 34,3% em relação ao ano anterior.

 

Confiança renovada

atrair investidores. Para o ministro dos Transportes, Renan Filho, “a regulação de infraestrutura no Brasil hoje é uma referência internacional, e as condições macroeconômicas podem ajudar ainda mais”. Ele destacou que a redução de juros e o fortalecimento da economia brasileira criam um cenário ainda mais favorável para o aumento de leilões e investimentos.

A Abdib mapeou um total de 495 projetos com potencial de investimento estimado em R$ 750,5 bilhões, sendo R$ 288,6 bilhões apenas no setor de rodovias. Segundo Guimarães, os avanços nas modelagens de editais têm sido cruciais. “Hoje, os contratos oferecem um equilíbrio melhor entre risco e retorno, o que atrai mais players para os leilões”, afirmou.

 

Desafios

Apesar do otimismo, gargalos permanecem. O corte de orçamento das agências reguladoras, como a Aneel e a ANTT, é apontado como um contrassenso, já que o volume de concessões cresce exponencialmente. “O governo precisa reforçar essas instituições, que têm um papel estratégico na supervisão de projetos”, alerta Venilton Tadini, presidente-executivo da Abdib.

Outro obstáculo é o licenciamento ambiental, que, segundo Natália Marcassa, presidente da Moveinfra, continua sendo o maior entrave para a execução de projetos. “O atraso no Ibama gerou um ‘backlog’ enorme, impactando diretamente os cronogramas do setor”, afirmou.

Ainda assim, a confiança do setor privado na gestão de Lula é vista como um catalisador. “O papel do setor privado é relevante porque garante os investimentos onde há rentabilidade e, com isso, divide a responsabilidade com o poder público, que pode direcionar recursos para áreas menos atrativas economicamente”, conclui Renan Filho.

A retomada da confiança, aliada a um ambiente de negócios mais favorável, consolida o Brasil como destino preferencial para investidores no setor de infraestrutura, garantindo crescimento sustentável e maior competitividade.

Na imagem, Lula participando de encontro do setor da construção (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

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