Detalhes sobre a atuação do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e vice na chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, contribuíram para que o tenente-coronel Mauro Cid mantivesse os benefícios da delação premiada.
Em audiência de três horas nesta quinta-feira (21), o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro respondeu a todos os questionamentos feitos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Antes de chegar ao STF, Cid foi alertado por familiares e pela defesa que esta seria a última oportunidade para esclarecer os pontos indicados pela Polícia Federal como omissos e controversos.
Fontes relataram que Moraes fez perguntas objetivas.
Questionou, por exemplo, a participação de Braga Netto na trama golpista e reunião sobre uma atentado contra o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o próprio magistrado.
Cid confirmou uma reunião na casa do ex-ministro. Mas disse a Moraes que teria apenas “passado” no encontro.
O militar afirmou que, durante o tempo em que esteve lá, não foi tratado de nenhum sobre plano de assassinato.
O ex-ajudante de ordens disse também que não tinha acesso a todas as reuniões. Por isso, tinha informações limitadas.
O tenente-coronel, então, voltou a repetir que desconhecia o suposto planejamento de execução de Lula, Alckmin e Moraes. E insistiu que sabia apenas da trama que tentava criar um caos social, como a paralisação de caminhoneiros e acampamentos em frente de quartéis-generais. (Foto: Reprodução)