Fachin arquiva inquérito contra Braga e Calheiros por corrupção

PGR havia pedido arquivamento por falta de provas contra os senadores

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, determinou o arquivamento do inquérito contra os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), indiciados sob a suspeita de receber propinas para defender os interesses da farmacêutica Hyper Pharma no Congresso.

O arquivamento atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que havia solicitado a medida por falta de provas. No parecer enviado ao Supremo, a PGR afirmou que a “hipótese criminal é informada somente pelas declarações dos colaboradores, sem corroboração nos demais elementos informativos coligidos ao apuratório” e se manifestou contrariamente ao indiciamento proposto pela Polícia Federal.

“Não tendo sido apresentadas provas que justifiquem a instauração do processo criminal, e inexistido perspectivas de obtenção de elemento de prova que corroborem a prática ilícita, a hipótese é de arquivamento do inquérito com relação aos investigados”, disse a PGR no parecer.

A PF concluiu em setembro uma investigação sobre suspeita de pagamento de propina para que os senadores agissem no Congresso a favor da empresa Hypermarcas, que hoje se chama Hypera Pharma. A investigação é um desdobramento da operação Lava Jato, aberta a partir da delação premiada de um ex-diretor da Hypermarcas que foi homologada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2020. Segundo a apuração, a empresa teria pago R$ 20 milhões, por meio de intermediários, para que os parlamentares agissem a favor da aprovação de incentivos fiscais.

Ainda em 2019, o ex-diretor admitiu à PGR que inicialmente omitiu em sua delação que o grupo atuou para obter vantagens em uma medida provisória no Congresso Nacional e que mentiu ao dizer que não sabia quais eram os parlamentares beneficiados pelos pagamentos de propina. Na época, a PGR chegou a pedir o cancelamento da delação, mas os acréscimos foram feitos posteriormente, e o acordo seguiu válido.

(Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

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