Nesta semana, os preços do petróleo subiram, mas, ainda, de foram moderada
A equipe econômica do governo federal, liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acompanha de perto e com preocupação os desdobramentos do aumento das tensões no Oriente Médio. O temor entre os integrantes do Ministério da Fazenda é de que os conflitos na região resultem em uma elevação nos preços do petróleo e do frete, com potenciais impactos sobre a economia brasileira. A informação foi divulgada na edição desta quinta-feira (3) do jornal O Globo.
Nos últimos dias, os preços do petróleo começaram a subir, embora de forma moderada. A equipe econômica, no entanto, alerta para a possibilidade de uma escalada mais acentuada nos preços, dependendo dos desdobramentos da situação na região. O preço do barril de petróleo Brent registrou um aumento de 5,10% após um ataque do Irã a Israel na última terça-feira (1), mas recuou nos dias seguintes. Nesta quinta-feira (3), o barril apresentou uma nova alta, desta vez de 3,4%.
Escalada
As tensões no Oriente Médio aumentam desde setembro, quando Israel começou a realizar ataques no Líbano com a justificativa de combater o Hezbollah, matando o líder do grupo, Nasrallah, após um bombardeio em Beirute. Em resposta, o Irã atacou Israel com mísseis na última terça-feira (1º).
Esses ataques têm gerado preocupações globais, uma vez que o Oriente Médio é uma área estratégica para a produção e exportação de petróleo. Qualquer instabilidade na região costuma ter repercussões imediatas nos mercados internacionais, principalmente no preço da commodity.
Embora o preço do petróleo Brent tenha subido após os ataques, os técnicos do Ministério da Fazenda ressaltam que os valores ainda estão relativamente baixos. O barril de petróleo encontra-se na faixa de US$ 70, um patamar considerado não alarmante.
No entanto, o governo brasileiro segue atento a novos desdobramentos, uma vez que a situação ainda está em curso e pode gerar mais volatilidade no mercado.
A equipe econômica avalia que, caso os conflitos continuem, o aumento nos preços do petróleo pode impactar diretamente o custo do frete, o que teria repercussões sobre o comércio global e, por consequência, sobre os preços no Brasil.
O país, que depende da importação de derivados de petróleo, poderia ver os custos de produção subirem em setores estratégicos, como o de combustíveis e transportes, o que teria reflexos na inflação.
Monitoramento
Os técnicos do governo mantêm uma postura cautelosa, monitorando os acontecimentos e os efeitos nos mercados globais. O Ministério da Fazenda adota uma abordagem prudente, preferindo esperar os desdobramentos do conflito antes de tomar decisões ou revisar previsões econômicas para o curto prazo.
A principal preocupação da equipe econômica é garantir que eventuais aumentos nos preços internacionais de petróleo não comprometam os esforços de controle inflacionário no Brasil, especialmente em um momento em que o governo tenta implementar reformas fiscais e econômicas para estabilizar as contas públicas.
O cenário ainda incerto no Oriente Médio é motivo de atenção, e o governo federal já estuda possíveis medidas para mitigar os impactos econômicos, caso o conflito se prolongue ou se intensifique, afetando de forma mais expressiva os mercados de petróleo e energia.
(Foto: Reuters/David McNew)