Desemprego cai para 6,6% em agosto e atinge a menor taxa histórica

População ocupada renova recorde e chega a 102 milhões. Renda sobe a R$ 3.228, 5,1% mais que em igual período de 2023

 

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,6% no trimestre de junho a agosto de 2024, recuando 0,5 ponto percentual (p.p.) ante o trimestre de março a maio de 2024, quando a taxa ficou em 7,1%. Essa foi a menor taxa para o período na série histórica, iniciada em 2012. Ante o mesmo trimestre móvel de 2023 (7,8%), a taxa de desemprego recuou 1,2 ponto percentual.

A população ocupada atingiu novo pico e chegou a 102,5 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (27).

O resultado segue o movimento de mercado de trabalho aquecido que vem sendo observado nos últimos meses. Desde o trimestre encerrado em junho já se fala em uma taxa próxima ao pleno emprego, como economistas definem o momento em que a oferta de trabalho está apertada, quase em equilíbrio com a demanda por mão de obra.

As altas taxas de ocupação foram espalhadas pelas atividades econômicas, mas o setor do comércio teve destaque, com alta de 1,9% no trimestre. Em números absolutos, foram mais 368 mil novos trabalhadores para a população ocupada do país. O setor conta, no total, com 19,5 milhões de trabalhadores, o maior resultado na série histórica da pesquisa.

De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa, o baixo desemprego é resultado da expansão da demanda por trabalhadores em diversas atividades econômicas, o que faz com que a taxa de desocupação chegue em valores próximos aos de 2013, quando o indicador estava em seu menor patamar.

“Essa redução é fruto de um efeito acumulado de aumento da população ocupada que a gente vem assistindo há varios trimestres. Embora o comércio tenha sido um grande destaque, nenhuma atividade econômica recusou trabalhador. Elas estão, em sua maioria, retendo os trabalhadores. Então o conjunto continua aquecido e faz com que, em termos de contingente, a gente chege em recordes de ocupação”, explica ela.

O número de empregados do setor privado também bateu recorde na série, chegando a 52,9 milhões. No trimestre, a ocupação do setor cresceu 1,7%, o que equivale a mais 882 mil postos de trabalho. E mais uma vez, o setor privado teve recordes no número de empregados com carteira de trabalho assinada (38,6 milhões), mas também sem carteira (13,2 milhões).

No setor público, o número de pessoas empregadas também teve recorde, chegando a 12,8 milhões, com altas de 1,8% (mais 221 mil pessoas) no trimestre. Porém, esses resultados são puxados pela alta dos servidores sem carteira assinada, que cresceu 4,5% no trimestre. O grupo dos militares e servidores públicos, que precisam ser aprovados em concursos públicos, ficou estável.

Já a renda média das pessoas ocupadas foi de R$ 3.228, valor que representa estabilidade em comparação com o trimestre móvel anterior, mas na comparação com o mesmo período do ano passado, a alta foi de 5,1%. Já a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 326,2 bilhões, mostrando altas de 1,7% no trimestre e de 8,3% na comparação anual.

 

Caged x Pnad

A metodologia utilizada para o cálculo do Caged considera apenas os trabalhadores com carteira assinada e não inclui os informais. Os dados do Caged são informados por empresas do setor privado, enquanto a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é feita por meio de uma pesquisa domiciliar, na qual também é contabilizada os trabalhadores informais.

Assim, não é possível comparar os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego com os números de emprego que constam na Pnad.

(Foto: Ana Rayssa/CB/D.A Press)

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