Lula anuncia Macaé Evaristo para o Ministério dos Direitos Humanos

Primeira opção era a ex-governadora do Rio de Janeiro Benedita da Silva, que declinou da sondagem. Macaé assume a pasta após demissão de Silvio Almeida, acusado de assédio sexual

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (9) a deputada estadual mineira Macaé Evaristo (PT) como a nova ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania. Ela assume a pasta após a demissão de Silvio Almeida na última sexta-feira (6).

A parlamentar petista ajudou a implementar, no Ministério da Educação, políticas de inclusão racial e de escolas em tempo integral. Lula se reuniu duas vezes, nesta segunda, com a petista antes de definir seu nome. A escolha foi chancelada pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

A primeira escolha do presidente era a da ex-governador do Rio de Janeiro Benedita da Silva (PT). Mas, por questões pessoais, a hoje deputada federal declinou. Macaé foi convidada para o ministério, e aceitou prontamente. Pouco depois do último encontro, o presidente anunciou a decisão nas redes sociais.

“Hoje convidei a deputada estadual Macaé Evaristo para assumir o ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Ela aceitou. Assinarei em breve sua nomeação. Seja bem-vinda e um ótimo trabalho”, escreveu o presidente em sua conta no Instagram, publicando ainda uma foto ao lado da deputada.

Silvio Almeida foi demitido por Lula na noite de sexta-feira, após escândalo envolvendo denúncias de assédio sexual contra o então ministro. Ele nega as acusações, e pediu a Lula que o demitisse para que pudesse trabalhar na sua defesa. Uma das vítimas apontadas é a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.

 

Nova ministra tem carreira destacada na Educação

Macaé Evaristo é uma mulher negra, de 59 anos, que tem como trajetória política a promoção dos direitos das mulheres, o combate à discriminação racial e o fortalecimento da educação pública. Ela é professora e tem um histórico em cargos públicos ligados à educação, como na Secretaria de Educação de Belo Horizonte e na Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais.

Sua biografia divulgada no portal da Assembleia Legislativa de Minas Gerais diz que “[Macaé] tem orgulho de sua ancestralidade e pretende seguir lutando contra o racismo estrutural e a favor de políticas públicas voltadas à diversidade e à inclusão das mulheres e das minorias”. Na sua vaga na ALMG, entra outro veterano da Casa.

Nascida em 1965 em São Gonçalo do Pará, no Centro-Oeste mineiro, ela se tornou professora em 1984, com 19 anos. Graduou-se em Serviço Social e fez mestrado e doutorado em Educação. Ocupou cargos de destaque na administração pública a partir de 2005, quando se tornou secretária municipal de Educação da de Belo Horizonte, função que desempenhou até 2012, nas gestões de Fernando Pimentel (PT) e Marcio Lacerda (PSB).

Depois, integrou o governo de Dilma Rousseff, entre 2013 e 2014, quando foi titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (MEC). Lá, coordenou ações como a implantação de Escolas Indígenas e as cotas para ingresso de estudantes de escolas públicas, negros e indígenas no ensino superior.

Na sequência, assumiu a Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais (2015 a 2018), também na gestão de Fernando Pimentel. Antes de ser eleita para seu primeiro mandato como deputada estadual em 2022, quando recebeu 50.416 votos, foi vereadora em Belo Horizonte por dois anos.

(Foto: Reprodução / redes sociais)

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