Após reunião na última quarta-feira (21), estrangeiros conseguiram tomaram banho pela primeira vez; local aglomerou mais de 550 pessoas, segundo a DPU
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que equipe do posto especializado que fica no Aeroporto de Guarulhos recebeu um alerta de que um passageiro no local tinha “sinais e sintomas” compatíveis com Mpox, no domingo (25). Ainda no domingo, o estrangeiro foi encaminhado para isolamento e para realização de exames Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no bairro de Cumbica, segundo a prefeitura de Guarulhos (SP).
O orgão diz que “em conformidade com o plano de contingência estabelecido” o paciente foi notificado, isolado e que passou por exames ainda na cidade de Guarulhos. Depois disso, foi encaminhado para o Instituto de Infectologia Emilio Ribas, na capital paulista, referência neste tipo de doença.
Na noite desta segunda-feira (26), 526 pessoas estão retidas na área de imigração, de acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O paciente foi transferido para o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, na capital paulista, e a principal hipótese é varicela, conhecida popularmente como catapora, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES). O estrangeiro está bem, segue em observação e o caso está em investigação, informa a secretaria.
A nota da agência reguladora diz ainda que não há a indicação de que o paciente tenha passado por países em que esteja identificada a variante Clado 1b, nova cepa que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a decretar emergência internacional de saúde em relação ao aumento das infecções, sobretudo em regiões da África.
O passageiro em questão havia desembarcado no Brasil em 14 de agosto e “estava em uma área restrita para pessoas que esperam para pedir refúgio”, diz a Anvisa. Diante do caso, foram aplicados 397 questionários (sobre estado de saúde) em outros passageiros, medição de temperatura e verificação de sinais da doença na pele. Não há, até esse momento, casos semelhantes encontrados.
O Ministério da Saúde informou que foi notificado da suspeita de mpox e que as autoridades de vigilância no aeroporto já tomaram todas as medidas de desinfecção e monitoramento das outras pessoas que se encontram na área de estrangeiros inadmitidos. Não há informações sobre histórico de viagem do paciente por áreas afetadas pela cepa 1b, motivo do alerta internacional emitido na última semana pela Organização Mundial da Saúde (OMS), segundo a pasta.
A agência explica que o passageiro suspeito chegou no aeroporto no dia 14 de agosto e estava na área restrita do terminal 3. “A Anvisa entrevistou os outros viajantes no local, aplicou 397 questionários, mediu a temperatura e verificou sinais da doença na pele. Nenhum novo caso foi encontrado”, afirma em nota.
O paciente não é oriundo de áreas endêmicas de Mpox, sefundo a SES. Na última sexta-feira (23), SES emitiu um alerta epidemiológico, orientando e recomendando a intensificação das ações de vigilância e assistência de casos da doença.
Na última quarta-feira (21), uma reunião entre Ministério Púbico Federal (MPF), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Federal (PF), MJSP , a concessionária GRU Airport, entre outros órgãos, definiu medidas emergenciais de garantia de higiene básica para os estrangeiros retidos. Pela primeira vez, os imigrantes tiveram acesso à vestiários para tomar banho, e receberam kits de higiene de companhias áreas.
Cerca de 481 pessoas seguiam retidas na área de imigração, de acordo com a PF, na última quarta-feira (21). O número cresceu ao longo dos dias, apensar do reforço de agentes do MJSP para agilizar a solicitação de refúgio dos estrangeiros. Apenas neste domingo (25), 112 viajantes se apresentaram à PF.
Até esta segunda-feira (26), 1276 pedidos de refúgio foram recebidos no mês de agosto no Aeroporto Internacional de São Paulo, segundo dados da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus). Deste total, 73 neste domingo (25). Nenhum passageiro foi inadmitido até o dia de hoje com base na nova medida que restringe a entrada de imigrantes sem visto, quando a nacionalidade de origem exigir o documento para entrada no Brasil.
Crise humanitária
Em alerta feito na última semana, a Defensoria Pública da União (DPU) constatou grave violação aos direitos humanos e disse que muitos estavam com sintomas gripais, sem cobertores, agasalhos, alimentação adequada e com acesso restrito a banhos e higiene. A Anvisa ainda detalhou que foram implementadas medidas ambientais de limpeza e desinfecção no local, e reafirmou seu compromisso em comunicar prontamente e tomar medidas adequadas para proteger a saúde pública e manter a segurança nos aeroportos.
De janeiro até a última terça-feira (20), o Brasil contabilizou 791 casos prováveis e confirmados de mpox — mais de 80% na região Sudeste. A doença está em caráter de emergência de saúde pública, pela OMS. A concessionária GRU Airport informou a CNN que tem prestado apoio a todos os órgãos competentes.O Ministério da Saúde ainda informa que segue acompanhando atentamente o caso ao lado do CIEVS de São Paulo, da Anvisa, do Ministério de Portos e Aeroportos, da PF e do Departamento de Migrações, ambos do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
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