Ibama prevê até dois meses de crise por queimadas

Governo vai discutir novas frentes de combate a fogo em reunião na Casa Civil

 

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) prevê que focos de incêndio podem se espalhar pelo país até o final de outubro. A expectativa, vista como um cenário pessimista por técnicos do instituto, estenderia a crise das queimadas por mais 60 dias. As informações são do jornal O Globo desta segunda-feira (26).

Segundo a reportagem, uma das estratégias em avaliação é a contratação de aeronaves de pulverização agrícola adaptadas para o combate às queimadas. Aviões particulares já são usados para conter fogo no Pantanal. O governo gasta, em média, R$ 10 milhões a cada duas semanas com a contratação desse  serviço, que tem oferta limitada no país.

O envio de aeronaves para regiões com focos de incêndio também depende de estudo prévio de local para pouso e pontos de abastecimento de combustível e água. “No Pantanal (os focos) já diminuíram bem.  Na Amazônia, não diminuiu ainda, em São Paulo tivemos um pouco de chuva ontem, estamos tentando entender nas imagens de satélite o que é foco ativo. A chuva apaga o fogo, mas traz muita fumaça também e dificuldade de identificar pontos ativos”, afirmou o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, à reportagem.

Também está em discussão a necessidade de contratação de mais brigadistas e equipamentos para combate ao fogo. O Ibama levará ao Palácio do Planalto a necessidade de recursos extras para as ações de combate as queimadas pelo Brasil. Nesta segunda e terça-feira, o núcleo de governo irá se reunir na Casa Civil para definir novas ações de enfrentamento.

O governo enviou aeronave modelo KC-390 Millenium, da Força Aérea Brasileira (FAB), para Ribeirão Preto neste domingo. A aeronave opera por instrumentos, mas devido à dificuldade de teto, não decolou neste domingo e deve começar a voar nesta segunda-feira. O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro, Marcelo Damasceno, está em São Paulo acompanhando os trabalhos.

“Estamos com toda nossa estrutura ajudando. A fumaça é muito forte e impede de você ver de cima o ponto do incêndio, o nascedouro do incêndio, Ontem ninguém enxergava nada”, disse o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. O ministro está desde sábado (24) em contato com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, discutindo estratégias para combate ao fogo no interior do Estado. O governador acionou, ainda no sábado, o Comando Militar do Sudeste e a Defesa Civil, pedindo reforço da ajuda do governo federal.

O governador confirmou nesta segunda-feira a prisão de um terceiro suspeito pela realização de incêndios criminosos no estado. Em meio à onda de queimadas, dois homens já haviam sido presos nos municípios de São José do Rio Preto e Batatais, no domingo.

(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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