“Não tem razão Brasil ter a 2ª maior taxa de juro mundial”, detona Alckmin

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu na reunião da última semana, por unanimidade, manter a taxa Selic, os juros básicos da economia, em 10,5% ao ano

 

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), afirmou que não faz sentido o Brasil ainda ter uma das maiores taxas de juro real do mundo, mesmo dispondo de fundamentos sólidos na economia. Alckmin reforçou que é “injustificável” a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 10,5%, decidida pelo Conselho de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), na reunião da última semana, diante dos indicadores econômicos positivos que o Brasil vem apresentando.

“Não tem justificativa. Temos a segunda maior taxa de juro real do mundo e só perde para a Rússia, que está em guerra”, afirmou Alckmin, na abertura do Congresso Aço Brasil, na noite desta segunda-feira (5).

Alckmin citou durante seu discurso alguns dos indicadores econômicos que tornam a taxa de juros alta injustificável e anunciou mais um dado positivo: as exportações brasileiras bateram recorde entre janeiro e julho deste ano. Os dados detalhados, segundo o vice-presidente, serão divulgados nesta terça-feira (6).

“O mercado internacional enfrenta um grande estresse que deve ser passageiro. O Brasil tem a 6ª maior população do mundo, um mercado interno forte, amanhã sai o balanço das exportações de janeiro a julho com recorde. Temos reservas cambiais, e vejo com otimismo que a política fiscal será cumprida. Por isso, não tem razão o Brasil ter a segunda maior taxa de juro real do mundo. Isso atrapalha muito”, pontuou.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, no último dia 31 de julho, manter a taxa básica de juros, a Selic, em 10,5% ao ano, optando por não alterar os juros pela primeira vez desde que encerrou um ciclo de cortes em junho.

A série de reduções, que começou em agosto do ano passado, havia diminuído a taxa Selic em 0,5 ponto percentual por reunião até março, seguida de um corte de 0,25 ponto em maio. Segundo comunicado do Copom, a manutenção da taxa foi motivada por um “ambiente externo adverso” e a resiliência da atividade econômica e do mercado de trabalho domésticos, que têm se mostrado mais dinâmicos que o esperado.

“O cenário global incerto e o doméstico, marcado por uma elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, exigem uma vigilância ainda mais cautelosa”, afirmou o comitê em nota.

A decisão visa consolidar o processo de desinflação, com o Copom reforçando que a política monetária permanecerá contracionista pelo tempo necessário para não apenas frear a inflação, mas também ancorar as expectativas de inflação em torno das metas estabelecidas. O Copom alertou que futuros ajustes na Selic dependerão do compromisso com a convergência da inflação à meta.

(Foto: Paulo Pinto/ Agência Brasil)

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