“Isso mostra segurança na gestão do Fundo, que é um ativo importante para os trabalhadores”, disse o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) alcançou um lucro histórico de R$ 23,4 bilhões em 2023, o maior resultado desde sua criação. O desempenho foi apresentado pela Caixa Econômica Federal na 196ª reunião ordinária do Conselho Curador do FGTS, realizada nesta terça-feira (16). Comparado ao ano anterior, o lucro de 2023 representa quase o dobro do valor registrado em 2022, que foi de R$ 12,7 bilhões.
O resultado é composto por R$ 16,8 bilhões de lucro recorrente, relacionado ao retorno de aplicações de títulos públicos e operações de crédito, e R$ 6,5 bilhões de resultado atípico em relação à renegociação do Porto Maravilha. Em 2022, o lucro foi de R$ 12,1 bilhões.
No próximo dia 6, o conselho irá definir como será feita a distribuição do lucro aos cotistas. Nos últimos anos, o fundo tem distribuído praticamente a totalidade do resultado positivo aos trabalhadores. A Caixa tem até 31 de agosto para efetuar o crédito. O valor é proporcional ao saldo existente na conta em 31 de dezembro de 2023.
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, que também preside o Conselho, comemorou o resultado. “Isso mostra segurança na gestão do Fundo, que é um ativo importante para os trabalhadores”, destacou Marinho. A receita total do Fundo em 2023 foi de R$ 61,5 bilhões, enquanto as despesas somaram R$ 38,1 bilhões.
A arrecadação líquida do FGTS foi de R$ 33,1 bilhões, um aumento de 12,2% em relação a 2022, atingindo R$ 175,4 bilhões. O volume de saques também aumentou 12,6%, totalizando R$ 142,3 bilhões. O ano de 2023 também foi marcado pela migração de contas vinculadas do PIS/PASEP que não foram reclamadas por mais de 20 anos, conforme a Emenda Constitucional n° 126, de 21 de dezembro de 2022. Esta mudança resultou na transferência de R$ 25,9 bilhões ao Tesouro Nacional, enquanto R$ 10,5 milhões de cotas PIS/PASEP foram destinados ao Ministério da Fazenda.
Os ativos do FGTS totalizaram R$ 704,3 bilhões, representando um aumento de 8,5% em relação ao exercício de 2022. Desse montante, R$ 488,6 bilhões estão alocados em operações de crédito, com a maior parte destinada à habitação (R$ 444,3 bilhões). Infraestrutura, saneamento e saúde receberam R$ 17,7 bilhões, R$ 25 bilhões e R$ 1,6 bilhões, respectivamente. O passivo do Fundo somou R$ 578,5 bilhões, dos quais R$ 575,1 bilhões correspondem ao saldo das contas vinculadas dos trabalhadores. O patrimônio líquido do FGTS em 2023 foi de R$ 125,8 bilhões.
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