Herdeiros políticos de Mujica e de Lacalle Pou disputarão a presidência do Uruguai. Esquerdista lidera as pesquisas

Yamandú Orsi e Álvaro Delgado vão concorrer ao cargo. Eleições estão marcadas para 27 de outubro

 

Os herdeiros políticos do ex-chefe de Estado José Mujica e do atual presidente Luis Lacalle Pou disputarão em outubro as eleições presidenciais do Uruguai, após a celebração das votações internas partidárias no domingo (30), marcadas pelo menor índice de participação já registrado.

Álvaro Delgado, ex-secretário da Presidência e veterinário de 55 anos, recebeu 74,5% dos votos e será o candidato do Partido Nacional (PN), de Lacalle Pou, que lidera a coalizão de centro-direita que está no poder desde 2020. Em segundo lugar na disputa interna ficou a economista de 50 anos Laura Raffo, com 19,3%. O presidente não pode se candidatar porque a reeleição consecutiva não é permitida no Uruguai.

No partido de oposição ao governo de Lacalle Pou, o Frente Ampla (FA), o professor de história de 57 anos, Yamandú Orsi, que teve o apoio de Mujica, recebeu 59,5% dos votos, ultrapassando a atual prefeita de Montevidéu, Carolina Cosse , que obteve 37,5% e concorrerá na sua chapa como vice-presidente. No Partido Colorado (PC), terceiro maior do país, o advogado de 40 anos, André Ojeda, foi escolhido como candidato com 40,1% dos votos.

De acordo com um levantamento de maio do Instituto Cifra, a Frente Ampla tem 47% de apoio no pleito presidencial, contra 32% do Partido Nacional. A eleição presidencial será realizada em 27 de outubro. Na votação também serão definidas as vagas de 30 senadores e 99 deputados.

Mais de 2,7 milhões de uruguaios estavam registrados para votar nas eleições primárias, para selecionar os candidatos de 18 partidos diferentes. No entanto, o país registrou a menor taxa de participação desde 1999, com apenas 35,3%% de comparecimento, em uma instância que não é obrigatória.

Na eleição anterior, em 30 de junho de 2019, cerca de 40% do eleitorado elegível compareceu, pouco mais de 1 milhão de uruguaios. Esse número representou um aumento em comparação com a eleição anterior, em 2014, quando 37% dos eleitores votaram, mas ainda não alcançou os números da instância anterior, em 2009, quando 44% dos cidadãos elegíveis foram votar.

A coalizão de esquerda ultrapassou a marca dos 400 mil votos e reverteu a marca das duas últimas eleições internas, que registaram queda no comparecimento. Com 143.062 votos a mais do que em junho de 2019, quando se aproximou da marca de 260 mil votos, a coalizão de esquerda voltou ao patarmar de votação obtido em 2004 e 2009, quando obteve 455.840 votos e 441.091 votos, respectivamente.

(Foto: Yamandú Orsi, do Frente Ampla e Álvaro Delgado, do Partido Nacional – Crédito: EFE/ Vannina Gonzo – EFE/ Gastón Britos)

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