Governo diz que decisão unânime do BC de manter juros gerou frustrações

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta quinta-feira (20) que a decisão unânime do Banco Central em manter em 10,5% da taxa Selic “gerou muitas frustrações”. E defendeu o respeito às regras de autonomia da instituição, que deveriam ser “aperfeiçoadas” e “avaliadas”.

“A decisão do Banco Central por unanimidade de manter taxas de juros elevadas gerou muitas frustrações”, afirmou Padilha, referindo-se a empresários e agentes econômicos com quem o ministro dialoga, como integrantes do Conselho do Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, sob responsabilidade de sua pasta.

Para o ministro, a medida inibe investimentos que levariam ao crescimento da economia e à geração de mais empregos.

Mas Padilha também viu ficarem frustrados críticos do governo Lula (PT), ao ficar demonstrado que não há ingerência do presidente da República nas decisões tomadas pelos diretores indicados no atual mandato.

“(A decisão) Frustrou muita gente que dizia que o presidente Lula indicar diretores do Banco Central significaria ferir a autonomia do BC, que seriam uma verdadeira correia de transmissão dos pensamentos do presidente. Não foi isso o que aconteceu, porque o presidente Lula respeita as instituições e a autonomia criada por lei”, afirmou o ministro.

Para Padilha, é preciso “amadurecer cada vez mais essa autonomia”, por dois aspectos. “De um lado, diretores respeitando a liturgia do cargo, a lei concede autonomia para a tomada de decisões da política monetária. Do outro, que a sociedade como um todo, Congresso, todos nós, façamos a avaliação do exercício dessa autonomia pelo cumprimento das metas estabelecidas em lei: controle da inflação, fomento ao pleno emprego, suavizar flutuações na economia e efetividade do sistema financeiro.” (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

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