Caso Marielle: Em depoimento, Rivaldo Barbosa nega ter relação com irmãos Brazão

Após dois meses preso, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegado Rivaldo Barbosa prestou depoimento nesta segunda-feira (3) por quase 4 horas na Penitenciária Federal em Brasília.

O policial é acusado de atrapalhar as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018.

Os agentes da Polícia Federal questionaram Rivaldo Barbosa sobre sua nomeação para o cargo dez dias antes do assassinato de Marielle. Segundo a defesa, a nomeação não foi política.

“Ele foi alçado a esse cargo de chefe de polícia por indicação durante o governo Temer, pelo general Richard [Nunes], que era o secretário de segurança pública interino do RJ, sem qualquer participação de políticos do Rio de Janeiro” afirmou Marcelo Ferreira, advogado de Rivaldo, em entrevista a jornalistas logo após o depoimento.

Outro ponto abordado no depoimento foi a nomeação do delegado Giniton Lages, que iniciou as investigações do caso. Indicado por Rivaldo, Giniton é acusado pela PF de desviar o foco da investigação e sabotar a apuração dos fatos.

“A indicação de Giniton foi técnica. Rivaldo foi bastante enfático ao dizer que ela foi bastante técnica” afirmou a defesa.

No depoimento, o delegado Rivaldo afirmou que nunca teve relação pessoal, profissional, política, religiosa ou de lazer com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão.

Sobre as acusaçõesfeitas por Ronnie Lessa, Rivaldo disse acreditar que o ex-policial fez isso para tentar dar credibilidade ao acordo de delação fechado com a Justiça.

Rivaldo Barbosa assumiu a chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro 10 dias antes do assassinato de Marielle e Anderson Gomes, em 2018. Ele foi uma das primeiras pessoas a ter contato com as famílias das vítimas, para quem chegou a prometer que desvendaria o caso e chegaria aos mandantes.

Segundo a PF e o Ministério Público Federal, Rivaldo Barbosa teria arquitetado o assassinato de Marielle junto com os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, também presos em março. A suspeita é de que o delegado tenha desviado o curso das investigações e acusando pessoas inocentes. A defesa nega que ele conheça os Brazão. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

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