Ministério informou que vai dar prioridade para a imunização do público entre 6 e 16 anos com a vacina Qdenga
A câmara técnica de imunização recomendou ao Ministério da Saúde (MS) que a vacinação contra dengue, prevista para começar no país em fevereiro, priorize pessoas entre 6 e 16 anos de regiões com maior incidência da doença. A priorização da faixa etária foi orientada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em outubro do ano passado. O imunizante foi incorporado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) em dezembro do ano passado.
Eder Gatti, diretor do Programa Nacional de Imunizações (PNI), afirmou que a primeira reunião da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações (CTAI), foi feita para ouvir especialistas na área de imunização e em arboviroses para auxiliar a pasta nas decisões para aplicação da vacina contra a dengue. “De 6 a 16 é uma faixa etária que vamos priorizar. Dentro dessa faixa etária, a gente vai decidir qual é o melhor grupo etário a se vacinar e atingir o melhor resultado que seja tanto operacionalmente interessante para estados e municípios, ou seja, que eles consigam executar da melhor forma possível mas ao mesmo tempo a gente consiga ter resultados epidemiológicos, que de fato a gente evite casos e hospitalizações”, explicou Eder Gatti.
O diretor do PNI informou que em 25 de janeiro será realizada uma reunião para definir a quantidade de doses que serão distribuídas aos estados. A Qdenga (TAK-003), do laboratório japonês Takeda Pharma, recebeu o registro de uso da União Europeia no começo de dezembro para crianças a partir de 4 anos e protege contra qualquer um dos quatro sorotipos do vírus da dengue. O imunizante é aplicado em duas doses com intervalo de três meses, e pode ser usado tanto em pessoas que já tiveram a doença como nas que não tiveram.
De acordo com dados do laboratório, a vacina QDenga demonstrou eficácia de 80% na prevenção da febre causada pela dengue em crianças e adolescentes nos 12 meses que se seguiram à segunda dose. A vacina contém vírus vivos atenuados da dengue que foram enfraquecidos e induz respostas imunológicas contra os quatro sorotipos da dengue. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do imunizante em março de 2023.
O imunizante não é produzido em larga escala, de acordo com o laboratório responsável, a previsão é que sejam entregues 5 milhões de doses este ano entre fevereiro e novembro. A distribuição deve ser focada em público e regiões prioritárias. “A gente não abre mão das vacinas oferecidas e vamos elaborar uma estratégia para usar da melhor forma possível essas vacinas que estão sendo adquiridas. A gente precisa ter o apoio dos estados e municípios para construção de uma política pública que seja muito robusta”, afirmou Gatti.
O Ministério da Saúde e a Fiocruz projetam que o número de casos de dengue este ano deve variar entre 1,7 milhão e 5 milhões, com uma média de 3 milhões. Devido ao aumento no número de casos da doença, os estados brasileiros têm traçado diferentes estratégias de enfrentamento. Em Minas Gerais, por exemplo, a Secretaria de Saúde planeja utilizar drones para despejar larvicidas em pontos com água parada. Já no Distrito Federal, uma equipe de 800 profissionais de vigilância ambiental estão realizando inspeções, nos dias úteis, em terrenos abandonados e em outros lugares com potencial de abrigar o mosquito transmissor da dengue.
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