O secretário executivo do Ministério da Justiça está de férias e de saída da Pasta com a chegada de Ricardo Lewandowski; o ministro Flávio Dino ainda articula vaga para ele em Brasília
O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, recebeu um aceno do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), para ocupar cargo no primeiro escalão do governo. Apesar de formalmente ter afirmado que não pediu demissão, a saída dele da pasta é vista como iminente por pessoas próximas depois da nomeação de Ricardo Lewandowski para comandar o Ministério da Justiça.
Ricardo Cappelli foi convidado para integrar o secretariado de Paes, mas ainda sem definição de para qual pasta. De férias com a família, o secretário-executivo ainda não deu uma resposta à proposta. Em publicação nas redes sociais feita na quinta-feira (11), ele afirmou que, após as férias, vai voltar para colaborar com a transição no Ministério da Justiça.
Nos últimos dias, Paes e Cappelli vêm trocando gestos nas redes socais. Nesta terça-feira, o prefeito marcou o perfil pessoal do secretário-executivo no X (ex-Twitter) ao denunciar que criminosos exigiram recursos de empreiteira para a implantação de obra da prefeitura na Zona Oeste da cidade. “Ameaçam paralisar as obras caso o pagamento não aconteça. Obviamente não vamos aceitar”. Em resposta, Cappelli, que neste momento atua como ministro da Justiça interino, falou que o caso é “inaceitável” e disse ter acionado equipes da Polícia Federal (PF) na capital:
“Caro prefeito @eduardopaes, equipe da PF no Rio já em contato com a sua equipe colhendo informações. É inaceitável que criminosos dominem territórios e cobrem taxas de empresas e na casa de moradores. Simplesmente inaceitável. Vamos agir”.
A saída do atual titular da Justiça, Flávio Dino, para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) abriu uma incerteza quanto ao futuro de Cappelli, o “zero dois” da pasta. Inicialmente, foi estudado o desmembramento e a recriação do Ministério da Segurança Pública para manter a participação do PSB na Esplanada — tanto Dino quando Cappelli são filiados à legenda —, mas a ideia não vingou.
A mudança na composição com a chegada de Lewandowski deve comprometer o cargo ocupado pelo secretário-executivo. A aliados, ele vem falando que concordaria em permanecer no Ministério da Justiça, mas somente se pudesse continuar no mesmo posto.
(Foto: Wenderson Araújo/Estadão)