Thiago Allan Freitas era mantido refém desde terça-feira (9), vítima da violência que atinge o país desde segunda-feira (8)
Thiago Allan Freitas, cidadão brasileiro que tinha sido sequestrado no Equador, foi liberado nesta quarta-feira (10). Segundo Eric Lorran, irmão de Thiago, o brasileiro já está com policiais locais. “O meu irmão está bem, está com os policiais. Os policiais fizeram uma ligação de vídeo. A gente com aquela tremedeira, com medo de ser outra pessoa fingindo ser os policiais. Está escrito aqui a polícia do Equador. Atendemos e estamos com a notícia maravilhosa de que meu irmão está bem, está a salvo, está sendo encaminhado para ficar com a família dele agora. Conseguimos salvar uma vida graças a todos nós”, afirmou Eric em suas redes sociais.
Em nota à imprensa, o Itamaraty informou que recebeu a notícia da liberação pela família. “Estamos buscando confirmar com as autoridades policiais.”
O brasileiro de 38 anos foi sequestrado na manhã de terça-feira (9) no Equador. Freitas estava negociando a compra de um carro, teria saído para encontrar o vendedor e não voltou mais. Ele mora há três anos no país e é dono de uma churrascaria na cidade de Guayaquil, onde o líder da principal facção do país, a Los Choneros, fugiu no último domingo (7). Na terça, Gustavo, um dos filhos de Thiago, relatou que os criminosos entraram em contato com a família pedindo 3 mil dólares.
Em um vídeo publicado em redes sociais ele disse o seguinte: “Meu pai foi sequestrado nesta manhã. Já enviamos todo o dinheiro que tínhamos. Não temos mais. Por isso, recorro a vocês, [para] que me ajudem com o que têm, com qualquer valor, é muito bem-vindo. Se é US$ 1, US$ 2. Precisamos de verdade. Estamos desesperados. Não temos como fazer. Já pagamos US$ 1,1 mil (R$ 5,9 mil), mas estão pedindo US$ 3 mil (R$ 14,7 mil). Peço que nos ajudem. Muito obrigado”.
Até a tarde desta quarta-feira (10), o Itamaraty reconhecia o sequestro de Thiago. Diplomatas brasileiros afirmaram que estavam acompanhando as diligências das autoridades equatorianas para que o brasileiro fosse libertado o mais rápido possível. O Itamaraty também disse que estava prestando apoio aos familiares da vítima. De acordo com a família, há cerca de um ano os três filhos de Thiago também se mudaram para o Equador.
A crise no Equador
O país, que acompanhava a crise do narcotráfico na Colômbia à distância, despertou nos últimos anos a atenção de facções criminosas internacionais, que viram no país a chance de ter um novo hub para armazenar e distribuir drogas na região.
Isso deu mais poder para gangues locais, como os “Los Choneros” – cujo chefe mais famoso, o ‘Fito’, fugiu recentemente da prisão. Em resposta à fuga de Fito, o presidente Daniel Noboa primeiro decretou estado de exceção no país. No dia seguinte, após uma invasão armada à TV estatal, dobrou a aposta e declarou que há um ‘conflito interno armado’. A população está sob toque de recolher e as forças armadas do Equador ganharam permissão para reagir com mais força e violência. Já são dez mortes e setenta prisões até agora.
(Foto: Reprodução / Facebook)