Dinheiro é do empréstimo firmado por Dilma e Haddad. Em 2023, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) liberou US$ 2,8 bilhões para financiar projetos de desenvolvimento
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), chamado Banco do Brics, anunciou, nesta quinta (21), que já fez a transferência do empréstimo de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) para o Brasil. O dinheiro se refere ao contrato celebrado em outubro pela presidente da instituição, Dilma Rousseff, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante reunião do FMI em Marrakech, no Marrocos.
“Trabalhamos duro para tentar atender às necessidades dos países membros do NDB”, disse a presidenta do banco, Dilma Rousseff. “O banco atua para reduzir as desigualdades, promover o desenvolvimento sustentável e a cooperação baseada no espírito do verdadeiro multilateralismo”.
A operação atende a um pedido do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A assinatura ocorreu no país africano porque Dilma e Haddad participavam de encontro promovido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial. Segundo Dilma, desde sua criação, o NDB apoiou 94 projetos de investimento direto em cada um dos cinco países membros — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, além dos outros sócios que ingressaram posteriormente: Egito, Emirados Árabes Unidos e Bangladesh. Esses projetos correspondem a investimentos totais de US$ 33,8 bilhões. O banco ainda tem um portfólio de 78 projetos para 2023 e 2024 que totalizam outros US$ 18,9 bilhões.
Do total de projetos aprovados pelo banco, desde que foi criado, há oito anos, o NDB destinou aproximadamente US$ 6,1 bilhões ao Brasil, financiando 21 projetos no país. No início de dezembro, quando anunciou novos empréstimos no valor total de US$ 1,7 bilhão, no Rio de Janeiro, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma disse que, apenas na sua gestão, ao longo de 2023, foram aprovados US$ 2,8 bilhões ou 45% dos recursos destinados ao país desde 2015. Os recursos vão ser utilizados em projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável.
“Alguns dos projetos tiveram o sinal verde do banco lá atrás, mas o governo de ocasião não se interessou em obter os recursos. Agora, com o presidente Lula, isso mudou. O Brasil voltou a procurar recursos no NDB, como membro-fundador”, afirma a presidenta do NDB.
No dia 6 de dezembro, Dilma esteve na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinando dois contratos de captação no valor de R$ 8,5 bilhões, dos quais US$ 500 milhões são para projetos de combate às mudanças climáticas e US$ 1,2 bilhão voltados a investimentos em infraestrutura sustentável. O contrato foi firmado em cerimônia que contou com a presença do presidente Lula.
“O NDB é produto de uma discussão que começa no governo do presidente Lula a respeito da posição que os países do Sul Global teriam de ter no plano internacional”, lembrou Dilma, na ocasião. “O NDB é um banco especial: é feito por países em desenvolvimento e economias emergentes para os países em desenvolvimento e economias emergentes. Foi feito por países do Sul Global para países do Sul Global. O foco do NDB é investir em desenvolvimento, que só existe se for sustentável e inclusivo”.
(Foto: Diogo Zacarias/MF)