PT avalia que a reforma ministerial não extingue resistência a pautas na Câmara

Mesmo que a reforma ministerial em estudo se concretize, os deputados federais do PT não veem garantia de tranquilidade em todas as pautas na Câmara dos Deputados.  Lideranças da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara estimam que o governo deverá conseguir entre 360 e 380 votos em pautas importantes para o Palácio do Planalto após a reforma ministerial.

A intenção é que o troca-troca seja feito para abarcar o PP e o Republicanos na base lulista. Uma deputada da cúpula petista reforçou que o principal objetivo da reforma é aprovar com folga PECs (Propostas de Emenda à Constituição) e projetos de lei no Congresso. PECs estão entre os textos mais difíceis de se aprovar e precisam de ao menos 308 votos favoráveis no plenário da Câmara, em duas rodadas de votação, por exemplo.

A avaliação é que a reforma também vai melhorar a estabilidade e a previsibilidade de pautas, como na apresentação de sugestões de mudanças por parte de bancadas antes não tão próximas a Lula.

No entanto, a avaliação é que textos com temas que atinjam as bancadas evangélica e da agropecuária continuarão a sofrer resistências, independentemente dos partidos dos parlamentares.

Um deputado petista também afirmou à reportagem que, mesmo com a reforma, não se pode ser “ingênuo” e não acreditar que outras demandas ao governo não virão em votações de pautas-chave. Algumas das próximas provas de fogo serão relacionadas ao orçamento federal, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei Orçamentária Anual de 2024.

Além do efeito em plenário, há deputado do PT que avalie ainda que a reforma pode ajudar o governo a ter menos dificuldade nas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) e na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de janeiro. Isso porque deputados de partidos agraciados na troca da Esplanada devem ficar mais amenos com o governo.

Um parlamentar petista chegou a dizer à reportagem estar “cansado” de ficar na CPMI enquanto poderia estar articulando e ajudando em outras pautas, inclusive no plenário.

Os deputados do PT têm se mostrado favoráveis à reforma ministerial – desde que não mexa em ministérios sob o comando da sigla e que o partido continue à frente de pastas com ações de cunho social. Por exemplo, o Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo programa social Bolsa Família, que é liderado pelo petista Wellington Dias.

De toda forma, todos ressaltam que quem indica e toma as decisões finais é sempre o presidente Lula. (Foto: Agência Câmara)

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