Índice de preços subiu 0,04% na prévia deste mês, após subir 0,51% em maio, aponta IBGE
A prévia da inflação de junho mostrou quase estabilidade ao avançar 0,04%, mostrando uma forte desaceleração em relação a maio, quando a alta foi de 0,51%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) divulgado nesta terça-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a maior variação (0,96%) e o maior impacto (0,14 ponto percentual) vieram do grupo Habitação. Já o grupo Transportes (-0,55%), diante da queda do preço dos combustíveis, puxou a variação para baixo. A gasolina (-3,40%) foi o subitem com o maior impacto individual (-0,17 p.p.) no IPCA-15 de junho.
O IPCA-E, acumulado trimestral do IPCA-15, ficou em 1,12%, menor que a taxa de 3,04% registrada no mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 3,40%, abaixo dos 4,07% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Esse é o menor valor desde setembro de 2020, auge da pandemia. O dado reforça a desaceleração da inflação e é mais um argumento a favor de um corte da taxa básica de juros, a Selic, na próxima reunião do Copom. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,69%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta em junho. E além dos Transportes, outros dois grupos registraram queda: Alimentação e bebidas (-0,51%) e Artigos de residência (-0,01%). No grupo Habitação (0,96%), destaca-se a alta da taxa de água e esgoto (3,64% e 0,06 p.p.) aplicada em capitais como Curitiba, São Paulo, Recife e Belém, e a alta da energia elétrica residencial (1,45% e 0,06 p.p.) em Belo Horizonte, Recife, Fortaleza e Salvador. Contudo, houve queda no gás encanado (-0,33%) diante das reduções tarifárias em Curitiba e no Rio de Janeiro.
Em Despesas pessoais (0,52%), sobressai a alta de 6,19% nos jogos de azar, após reajuste médio de 15,00% no valor das apostas. Cinema, teatro e Concertos (1,29%) e pacotes turísticos (1,07%) também registraram alta no mês.
O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,19%) foi influenciado pela elevação nos preços dos planos de saúde (0,38%), decorrente do reajuste de até 9,63% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 13 de junho, com vigência a partir de maio de 2023 – e cujo ciclo se encerrará em abril de 2024. Assim, no IPCA-15 de junho foram apropriadas as frações mensais de maio e junho.
Nos Transportes (-0,55%), a variação negativa foi puxada em grande medida pela queda nos combustíveis (-3,75%). Além da gasolina (-3,40%), os demais combustíveis também sofreram recuo nos preços: óleo diesel (-8,29%), etanol (-4,89%) e gás veicular (-2,16%). Além disso, os preços do automóvel novo caíram 0,84% e contribuíram com -0,03 p.p. no índice do mês. Ainda em Transportes, as passagens aéreas registraram alta de 10,70%, após queda de 17,26% em maio. E a alta de 0,99% em ônibus urbano deve-se ao reajuste de 33,33% em Belo Horizonte.
Também houve deflação no grupo Alimentação e bebidas (-0,51%). A alimentação no domicílio registrou queda (passando de 1,02% em maio para -0,81% em junho) enquanto na alimentação fora de casa houve desaceleração nos preços (de 0,73% para 0,29%).
Em relação aos índices regionais, quatro áreas tiveram alta em junho. A maior variação foi registrada em Recife (0,45%), por conta das altas da energia elétrica residencial (8,21%) e da taxa de água e esgoto (4,61%). Já a menor variação se deu em Goiânia (-0,66%), influenciada pela queda de 4,42% da gasolina. (Foto: Reprodução)