Terrorista paraense que tentou explodir bombas em Brasília foi denunciado por assédio eleitoral a favor de Bolsonaro

Tudo leva à indicações de que o terrorista paraense residente em Xinguara, Sul do Pará, tenha recebido recursos de garimpeiros que atuam irregularmente em terras do Estado, para ter o mínimo de infraestrutura que lhe possibilitasse  obter matéria prima dedicada à montagem de artefatos explosivos que seriam ativados em Brasília, à véspera da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao ser preso na capital federal, George Washington de Oliveira Sousa (foto), 54 anos, armazenava em um apartamento um arsenal formado por fuzil, duas espingardas, revolveres, mais de 1 mil munições e artefatos explosivos.

O que chamou a atenção dos policiais que o prenderam foi a descoberta de emulsões de pedreiras, material que o paraense usou na fabricação do artefato explosivo, encontrado instalado em um caminhão-tanque de combustível, nos arredores do aeroporto.

“Ele estava em uma camionete, carro próprio, e trouxe os armamentos por lá (pelo carro). Mas as emulsões explosivas foram encaminhadas para ele posteriormente. Será investigado quem enviou, mas de antemão elas são oriundas de pedreiras e garimpos do Pará, mas iremos investigar essa conexão”, falou o diretor geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido.

Polícia apreendeu arsenal com armas e munições com o suspeito de deixar um artefato explosivo perto do aeroporto de Brasília — Foto: Divulgão/Polícia Civil

George Washington deixou Xinguara, rumo a Brasília, dia seguinte à eleição em segundo turno, abandonando seus negócios que mantém na cidade, e em outros municípios do Sul do Pará.

Em Xinguara, ele é dono do posto “Cavalo de Aço”; no município de Tucumã, arrendou o posto de gasolina Tourão, ao mesmo tempo em que possui outro posto em São Félix do Xingu, todos na sequência da rodovia PA-279.

A reportagem do Brazil Plural ouviu, neste domingo, algumas pessoas residentes em Xinguara, que confirmaram a opção política radical de George Washington.

“Durante a campanha da eleição de 2022,  ele foi denunciado por prática de assédio eleitoral ao coagir seus trabalhadores a votarem em Bolsonaro”, disse uma fonte, que pede anonimato, por razões óbvias.

“Para se ter ideia do quanto o George estava envolvido na campanha de Jair Bolsonaro basta lembrar como os postos de gasolina dele, aqui em Xinguara, Tucumã e São Félix do Xingu ficaram decorados com as cores da campanha do candidato dele, inclusive com a fixação de fotos de Bolsonaro”, conta outra pessoa.

Desde o dia 31 de outubro, o comerciante paraense  participa de atos pedindo intervenção militar em frente ao QG do Exército na capital federal, e mora em um apartamento alugado em uma região nobre de Brasília.

Preso no apartamento no começo da noite deste sábado, 24, George Washington de Oliveira Sousa já deu depoimento à Polícia Civil, admitindo de forma espontânea a motivação política de sua ação, uma vez que queria chamar a atenção para a política que tem defendido.

Os agentes policiais escalados na operação demonstram não ter dúvidas de que garimpeiros paraenses estão envolvidos na ação de Sousa.

Na manhã deste domingo, a Justiça do Distrito Federal converteu em preventiva a prisão em flagrante do empresário, após audiência de custódia.

Com a decisão, ele ficará preso por tempo indeterminado.

George Washington foi autuado por posse e porte ilegal de arma de fogo, munição e artefatos explosivos, e por crime contra o Estado Democrático de Direito.

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