Governo vai investigar empresa que pagava catadores com cachaça

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, revelou nesta sexta-feira (23) que o governo Lula vai investigar a empresa Minas Reciclagem. Após uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), constatou-se que a empresa pagava catadores com cachaça. Os trabalhadores eram oriundos da região conhecida como “cracolândia”, no centro da cidade de São Paulo.

Segundo matéria publicada pelo Repórter Brasil, a Minas Reciclagem usava bebidas alcoólicas para remunerar os catadores que trabalhavam diretamente na empresa. A empresa é fornecedora da Novelis, a maior recicladora de alumínio do mundo. A multinacional declarou que só vai se manifestar nos autos do inquérito.

Ao tomar conhecimento da matéria do Repórter Brasil, o ministro Silvio Almeida afirmou que o governo federal vai instar os órgãos competentes a investigar a Minas Reciclagem.

“Diante da notícia veiculada pela agência Repórter Brasil de que o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) descobriu que fornecedores da empresa multinacional Novelis estavam ‘pagando’ catadores e catadoras de material reciclável com bebida alcoólica, determinei, diante da gravidade do fato, que a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (ONDH/MDHC) acione as autoridades competentes, bem como a empresa Novelis, a fim de que preste esclarecimentos”, iniciou Almeida.

O ministro também revelou que determinou que “a Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos acione o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua (CIAMP-Rua) e a Associação Nacional dos Catadores para que acompanhem este caso e outros que porventura possam existir”.

“Mais do que nunca, um fato como esse reforça a necessidade de uma política de direitos humanos e empresas no Brasil. Todas as providências cabíveis, em articulação com as autoridades do Sistema de Justiça, serão tomadas a fim de que casos como este sejam investigados e solucionados com rigor”, concluiu Silvio Almeida. (Foto: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania / Divulgação)

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