No depoimento prestado ao STF, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que Jair Bolsonaro recebeu, revisou e fez modificações na chamada minuta do golpe — um texto que delineava ações autoritárias com o objetivo de anular os resultados das eleições de 2022.
“Sim, [Bolsonaro] recebeu e analisou o documento. Ele fez uma redução no texto. No essencial, excluiu as autoridades das detenções. Apenas o senhor [ministro Alexandre de Moraes] permaneceria detido. Os demais, não”, afirmou Cid diretamente ao juiz.
Conforme o tenente-coronel, o documento preliminar estava organizado em três seções:
Os ‘considerandos’ — aproximadamente 10 páginas que contêm alegações de intervenção do STF e do TSE na administração pública e nos processos eleitorais;
A base legal abordava questões como o estado de defesa, estado de sítio, detenção de autoridades e a implementação de um conselho eleitoral responsável por organizar novas eleições.
A sugestão de um novo processo eleitoral fundamenta-se na revogação da votação realizada em 2022.
Cid declarou que esteve presente em duas a três reuniões onde o documento foi debatido com o ex-presidente. Ele afirmou que a finalidade do texto era obter uma legitimidade jurídica para a reversão do processo eleitoral. (Foto: CNN)