A administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) implementará um plano de resposta ágil às contestações, com a finalidade de reduzir os efeitos adversos sobre sua aceitação popular. Essa nova abordagem, proposta pelo ministro da Secretaria de Comunicação (Secom), Sidônio Palmeira, visa evitar que críticas à gestão federal se intensifiquem sem uma contraposição, o que, conforme afirmam membros do governo, tem contribuído para o desgaste da imagem da administração perante o público.
De acordo com a coluna do jornalista Gustavo Uribe, da CNN Brasil, a Secom organizou um grupo de monitoramento específico para analisar as críticas feitas nas redes sociais e as falas de opositores. Ademais, Palmeira tem estimulado sua equipe ministerial a participar de mais entrevistas e a se fazer presente na imprensa para promulgar as políticas governamentais.
A tática começou a ser implementada. No último final de semana, durante a manifestação em apoio ao PL da Anistia, apoiadores de Bolsonaro, os conselheiros do governo monitoraram de perto os pronunciamentos. Diante das reclamações sobre a administração federal, membros da Esplanada prontamente responderam.
Uma das reações foi da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), que utilizou suas redes sociais para contestar as afirmações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a respeito do aumento nos preços dos alimentos. De maneira semelhante, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), prontamente respondeu aos ataques de Jair Bolsonaro (PL), alinhando-se à nova diretriz do Palácio do Planalto.
A análise feita pelo governo aponta que a lentidão em responder às críticas do setor conservador é um dos elementos significativos para a diminuição da popularidade de Lula. Ademais, há uma percepção de que a população costuma culpar a administração federal por uma série de questões, inclusive aquelas que não são diretamente atribuídas ao Executivo.
Assim, a abordagem de comunicação tem como objetivo destacar que certos desafios são de natureza estrutural e não podem ser creditados unicamente ao governo federal. (Foto: Ricardo Stuckert)