Jurista diz que há elementos para a prisão preventiva de Bolsonaro

A especialista em direito Liana Cirne Lins declarou que existem fundamentos para justificar a possível prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ela informou que a solicitação de detenção foi feita por membros do Partido dos Trabalhadores (PT) e que, se forem confirmados os perigos de fuga e da eliminação de evidências, o Supremo Tribunal Federal (STF) pode tomar essa decisão.

“Existem indícios, há possibilidade de evasão, há perigo de perturbação da ordem pública e há risco de eliminação de evidências. Se os indícios forem claramente apresentados de forma adequada, a prisão preventiva de Bolsonaro pode ser realizada,” declarou Cirne Lins.

A especialista em direito apontou que a estratégia da defesa do ex-presidente pode envolver criar confusões no processo para adiar o julgamento. “Provavelmente, a tática mais eficaz da defesa será gerar o maior tumulto possível no processo. Eles irão tentar prolongar os prazos ao máximo e convocar um grande número de testemunhas. Para cada acusação, é possível convocar até oito testemunhas, e há oito réus. Isso pode resultar em até 300 testemunhas para serem ouvidas”, esclareceu.

Cirne Lins também destacou que Bolsonaro “provavelmente enfrentará a prisão, possivelmente no final deste ano ou no início de 2026, em decorrência do julgamento”. Ela afirmou que, mesmo que não haja uma prisão preventiva de imediato, o desfecho do julgamento deve levar à condenação e prisão do ex-presidente.

Ela ainda se manifestou a respeito das recentes afirmações do deputado federal Eduardo Bolsonaro, que insinuou uma possível intervenção dos Estados Unidos no Brasil. Segundo Cirne Lins, essa situação poderia ser interpretada como um crime contra a soberania nacional. “As ações de Eduardo Bolsonaro poderiam ser consideradas um crime contra a soberania do país se houver incitação para uma invasão ao Brasil. Até o momento, quem está fazendo isso é o senador Marcos do Val”, afirmou.

A especialista em direito discutiu a influência da mídia nas questões políticas e teceu críticas à postura do jornal O Globo, que tem empregado a ONG Transparência Internacional para combater o STF. “A Globo tem suas preferências, e essas preferências estão contra o povo. A emissora busca desestabilizar o governo de Lula e as instituições da República, incluindo o STF”, disse ela.

Ela enfatizou que a Transparência Internacional já participou da desacreditada Operação Lava Jato e reprova o emprego do discurso contra a corrupção como uma ferramenta política. De acordo com Cirne Lins, “o enfrentamento à corrupção foi convertido em um recurso de conflito jurídico e político, com o objetivo de desestabilizar a economia do país e facilitar a privatização de empresas estratégicas.”. (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Divulgação)

Relacionados

plugins premium WordPress