O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), repreendeu os deputados nesta quarta-feira (19) após uma disputa acalorada entre os aliados do governo e a oposição durante a sessão no plenário.
“Este não é um espaço infantil, tampouco um ambiente para exibições que desonram a reputação desta instituição. Não vou tolerar esse tipo de atitude”, afirmou Hugo.
O parlamentar afirmou que não se considera um “presidente frouxo“.
A disputa teve início quando deputados da oposição e do governo se envolveram em uma “batalha de cartazes” a respeito da acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 33 indivíduos.
Antes da chegada de Hugo ao plenário, a reunião estava sendo presidida pela deputada Delegada Katarina (PSD-SE), que ocupa o cargo de terceira secretária da Mesa. Ela teve que interromper a sessão para intervir em uma disputa entre os parlamentares.
Bancada feminina
Em seguida, as deputadas da bancada feminina se dirigiram à Mesa e solicitaram consideração à Delegada Katarina. Logo após, Hugo Motta chegou e apoiou os apelos por respeito à forma como a sessão estava sendo liderada pela parlamentar.
“Solicitei à Delegada Katarina, que ocupa a função de terceira secretária da Mesa, que assumisse a presidência deste trabalho, a fim de que nem um membro do PT nem um do PL presidisse, considerando o contexto atual. Entretanto, enquanto a Delegada permaneceu, ela exerceu plenamente a autoridade da presidência da casa para gerenciar os trabalhos. Ninguém irá desconsiderar uma parlamentar ou qualquer parlamentar que esteja no cargo de presidente”, declarou Motta.
O presidente informou que solicitará ao Departamento de Polícia Legislativa que impeça a entrada de deputados que não estiverem vestidos com gravata no plenário e nas comissões, de acordo com as normas estabelecidas no regimento da Casa.
“Estou informando desde já que isso se tornará uma norma. O deputado que não seguir as diretrizes do regimento não poderá ficar no plenário”, declarou Hugo.
Conflito de placas
Na ocasião, o parlamentar Nikolas Ferreira (PL-MG) se pronunciou na tribuna em apoio a Bolsonaro. Ele estava junto a outros colegas, que exibiam cartazes com as expressões “anistia já” e “perseguição política”.
Logo após, Lindbergh Farias (PT-RJ), chefe do PT na Câmara, subiu ao púlpito com o apoio de aliados do governo. Eles exibiam cartazes com as mensagens “sem anistia“ e “Bolsonaro preso“, mas foram constantemente interrompidos pelos gritos dos opositores. ( Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados.)