Intolerância religiosa: Disque 100 registra 2,4 mil casos em 2024

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) anunciou, nesta terça-feira (21), que em 2024 foram contabilizadas no Brasil 2.472 denúncias de intolerância religiosa por meio do Disque Direitos Humanos (Disque 100), que é gerido pelo ministério.

A quantia indica um aumento de 66,8% em comparação com as queixas desse tipo registradas em 2023 (1.481). quase mil denúncias adicionais em 2024, conforme anunciado pelo MDHC. Ao analisar os números entre 2021 e 2024, observa-se um crescimento de 323,29% nas reclamações sobre violações.

Os dados foram divulgados no Dia de Combate à Intolerância Religiosa, em homenagem à Iyalorixá baiana Gildásia dos Santos, popularmente chamada de Mãe Gilda de Ogum. Ela foi a fundadora, em 1988, do terreiro da Nação Ketu/Nagô, Ilê Asé Abassá de Ogum, localizado no bairro de Itapuã, em Salvador.

Dados

O painel de dados interativo da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos apresenta estatísticas sobre ocorrências de violações ligadas à intolerância religiosa.

Ao longo de 2024, os grupos que more frequentemente sofreram violências incluem: umbanda (151), candomblé (117), evangélicos (88), católicos (53), espíritas (36), outras manifestações de religiosidade afro-brasileira (21), islamismo (6) e judaísmo (2). Em 1.842 relatos, não foi especificada a religião dos envolvidos.

A grande parte das pessoas afetadas pela discriminação religiosa são mulheres, totalizando 1.423 casos. Homens foram alvo de 826 violações. As demais ocorrências não especificaram o gênero, ou a situação não é relevante nesse aspecto, visto que a denúncia diz respeito a uma família ou comunidade.

Conforme informações da plataforma do governo, os estados com maior quantidade de denúncias são: São Paulo (618), Rio de Janeiro (499), Minas Gerais (205), Bahia (175), Rio Grande do Sul (159) e o Distrito Federal (100).

Na manhã desta terça-feira, em Brasília, no evento intitulado “O Papel da Religião na Promoção da Paz: Estabelecendo Conexões e Compreensões Recíprocas”, a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, destacou a natureza laica do Estado brasileiro.

“Reafirmar a separação entre o Estado e as religiões não significa ignorar a espiritualidade. Na verdade, isso implica em reconhecer a diversidade de maneiras pelas quais nos conectamos com o sagrado, reconhecendo a riqueza da pluralidade religiosa em nosso país. O Estado brasileiro se compromete a respeitar, proteger e garantir o direito das pessoas de praticar suas crenças”, destacou a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo.  (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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