Advogados de militares presos começam a isolar defesa de Bolsonaro

Jair Bolsonaro (PL) encontra-se a cada dia mais solitário em sua argumentação no inquérito realizado pela Polícia Federal (PF), que o apresenta como o principal responsável pela Organização Criminosa (OrCrim) que tentou implementar um golpe de Estado durante as eleições e a transição de governo, resultando nos eventos de 8 de Janeiro.

A estratégia de defesa liderada por Paulo Amador Cunha Bueno – que chegou a tentar persuadir outros advogados dos acusadospassou a ser alvo de críticas, especialmente entre os assessores de oficiais superiores, como o ex-ministro e candidato a vice, general Walter Braga Netto.

Juca defende a ideia de que “o general Braga Netto é um defensor da democracia, não esteve presente em nenhuma conversa golpista” e criticou a malsucedida tentativa de Bolsonaro de destituir o ministro Alexandre de Moraes da relatoria do processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

A segunda medida da defesa de Bolsonaro solicita o impeachment de Moraes e enfrentou uma derrota contundente no início de dezembro durante a sessão da corte.

Exceto peloextremamente evangélico” André Mendonça, todos os demais ministros se alinharam ao presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, que se manifestou contra o afastamento, pois enxergou não apenas Moraes como uma vítima do golpe, mas toda a sociedade brasileira.

“A mera afirmação de que o ministro Alexandre de Moraes estaria sendo alvo dos delitos em investigação não resulta, de forma automática, em seu impedimento para atuar como relator do caso. Isso se deve ao fato de que os crimes de desmantelamento violento do Estado Democrático de Direito e de tentativa de golpe afetam toda a sociedade, e não se restringem a uma única vítima”, afirmou Barroso.

Conforme Malu Gaspar, em uma publicação do O Globo, advogados que representam outros integrantes da Orcrim veem a abordagem como uma “insensatez“.

A manutenção de ideias ultrapassadas é uma tolice, e mesmo a tolice tem seu limite“, afirmou à repórter “um renomado advogado de um dos 40 investigados pela Polícia Federal, que preferiu permanecer anônimo“.

“A sugestão de impedimento foi rapidamente afastada no começo da apuração, quando o STF decidiu que Alexandre de Moraes continuaria na relatoria. Isso apenas fortalece a posição do ministro. O STF sempre demonstrou apoio a ele”, afirmou.

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