Rebeca e Biles ficam fora do pódio na trave da ginástica em Paris

Brasileira recebeu a nota 13.933 e terminou na quarta colocação. Fenômeno americano terminou em quinto e brasileira Júlia Soares foi a sétima. Rebeca ainda terá a prova do solo para finalizar sua participação nos Jogos Olímpicos

As finais da ginástica artística feminina da manhã desta segunda-feira (5) deixaram os torcedores impressionados. Quatro atletas caíram durante suas apresentações, incluindo a favorita Simone Biles. Essa foi a principal surpresa, inclusive. Depois de terminar na segunda colocação na fase classificatória, com nota de 14.733, a americana sofreu rara queda durante sua execução e, com punição de 1.0, anotou 13.100 na final, ficando de fora do pódio. Assim, o caminho ficou livre para o brilho de Rebeca Andrade, mas a brasileira não conseguiu aproveitar a chance.

Com uma série de dificuldade 5.7, Rebeca teve desconto por causa de uma ligação importante entre três elementos que não conseguiu fazer e não teve nota para subir no pódio. Com 13.933, a brasileira ficou na quarta colocação. Sem o pódio, a ginasta brasileira se manteve como a maior medalhista olímpica mulher do país, mas segue, no momento, empatada com os velejadores Robert Scheidt e Torben Grael pelo ranking no geral. Porém, a paulista de Guarulhos tem a última chance para fechar a jornada em Paris com chave de ouro, ou melhor, com uma medalha dourada.

Ainda nesta segunda-feira, ela protagoniza a final do solo, prevista para as 9h23 (de Brasília), a competição está atrasada. O ouro ficou com Alice D’Amato (14.366), da Itália, a prata com Yaquin Zhou (14.100), da China, e Manila Esposito (14.000), também da Itália.

Simone Biles fez caras bocas e não escondeu a insatisfação com a sua posição, diferentemente de Rebeca. A brasileira não esperava a nota abaixo (13.933), mas contentou-se. O choque maior foi do público, sobretudo brasileiro. Há quem tivesse apostado que a brasileira tivesse feito uma exibição melhor do que a italiana. A execução e dificuldade, porém, fizeram diferença.

A brasileira Julia Soares, que também competiu na prova, começou a série muito bem mas teve uma queda do aparelho quase no final da apresentação e terminou com a nota de 12,333, sem chance de pódio, em 7º.

 

Como foi a prova

A final da trave da ginástica artística dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 foi mais uma demonstração de como o futuro se aproxima e reforça uma não tão distante troca de geração no protagonismo da disputa do maior evento esportivo do mundo. Das oito competidoras presentes na luta por medalhas na Arena Bercy, metade contou com a força da juventude natural de quem ainda vive o auge dos 17 ou 18 anos. Duas tiraram as atuais protagonistas do pódio.

Antes de a competição começar, o favoritismo estava, claramente, sob o cuidado das mais experientes. Simone Biles, 27 anos, e Rebeca Andrade, 26, indicavam viver mais um capítulo da disputa pessoal pelo topo do pódio da ginástica artística em Paris 2024, com Sunisa Lee, 21, indicando um novo bronze. Mas as prodígios Manila Esposito, 17, Sabrina Maneca-Voinea, 17, Yaqin Zhou, 18, e Júlia Soares, 18, viviam a possibilidade de se posicionar entre as estrelas consolidadas.

A prata de Zhou e o bronze de Esposito foi, obviamente, muito influenciado pelo desequilíbrio das favoritas mais experientes. Rebeca fez série com nota abaixo do esperado. Biles e Lee caíram do aparelho e foram bastante penalizadas pelos erros. Mas o pódio com novidades reforçou a tendência de troca na disposição das medalhistas do próximo ciclo. Em Paris 2024, fizeram questão de se apresentar como surpresas. Em Los Angeles 2028, as ginastas têm tudo para assumirem protagonismo de maneira mais natural.

(Foto: REUTERS/Hannah Mckay)

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