Ex-diretora da Americanas chega ao Brasil e entrega passaporte à PF

Autoridades e advogados organizaram uma chegada discreta para a executiva, que estava em Lisboa, Portugal, quando teve ordem de prisão preventiva decretada

 

A ex-diretora da Americanas Anna Christina Ramos Saicali, investigada por envolvimento na suposta fraude contábil de R$ 25,3 bilhões na empresa, desembarcou no Brasil nesta segunda-feira (1º) e entregou o passaporte à Polícia Federal (PF) no posto do Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Autoridades e advogados organizaram uma chegada discreta para a executiva, que estava em Lisboa, Portugal, quando teve ordem de prisão preventiva decretada. Ela saiu por uma porta lateral antes do final do corredor dos passageiros que desembarcam no saguão principal do Terminal 3, de Guarulhos, e a poucos passos do posto da Polícia Federal. As informações são da CNN Brasil.

A ex-executiva estava em Portugal e fechou um acordo judicial para ter a prisão preventiva revogada sob a condição de cumprir duas ordens, que já foram cumpridas: que se apresentasse à polícia no aeroporto de Lisboa, e que assim que chegasse ao Brasil, entregasse o passaporte para ser apreendido.

Anna é investigada no âmbito da operação Disclosure, deflagrada na última quinta-feira (27) pela Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal. A ação busca elucidar a participação dos ex-diretores da empresa Americanas em fraudes contábeis que, conforme divulgado pela própria empresa, chegam ao montante de R$ 25,3 bilhões. A investigação contou ainda com o apoio técnico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A investigação da PF,  que conta com a colaboração da atual diretoria da empresa, revelou a prática de crimes como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Segundo a Polícia Federal, os ex-diretores praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consiste em uma operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos.

Além disso, também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.

(Foto: Reprodução/TV Globo)

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