Câmara aprova Perse, programa para setor de eventos com 30 atividades e impacto de R$ 15 bi

Proposta segue para o Senado e prevê a continuidade de isenções fiscais para empresas da área de eventos

 

A Câmara aprovou, na noite desta terça-feira (23), o projeto de lei que restringe o alcance do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). O texto prevê benefícios fiscais de R$ 15 bilhões para empresas que atuam na área de eventos até 2026, de maneira gradual. Com a decisão, a proposição segue para análise do Senado.

Um acordo costurado entre parlamentares e o Ministério da Fazenda permitiu que a votação fosse simbólica, ou seja, sem o registro nominal dos votos. Após acordo entre o Ministério da Fazenda e líderes parlamentares, o programa incluirá 30 setores. Além de eventos, bares, restaurantes e hotéis, a última versão do texto também incluiu o setor de apart hotéis.

O tema foi discutido entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), líderes partidários, e Haddad. A medida foi lançado durante a pandemia de covid-19 para socorrer empresas da área de produções e eventos. O governo defendia o encerramento do programa. Não ocorreu a apresentação de destaques e praticamente todos os partidos orientaram suas bancadas a votarem favorável ao projeto, com exceção do Novo, da oposição e a minoria.

A limitação do Perse faz parte da agenda de Fernando Haddad para aumentar a arrecadação neste ano. O programa foi criado na pandemia de Covid-19 e a equipe econômica avalia que ele já teve um custo elevado, de aproximadamente R$ 17 bilhões em 2023. A proposta aprovada na Câmara prevê a habilitação prévia pela Receita Federal das empresas aptas. Mas se a Receita não responder em 30 dias, a empresa fica automaticamente habilitada.

A relatora da proposta, Renata Abreu (Podemos- SP), havia retomado a isenção fiscal para 44 setores no último texto sugerido, contra 12 previstos no projeto original do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). A relatora da proposta explicou que a contagem dos R$ 15 bilhões de limite começa a partir de abril deste ano. Caso o programa alcance o limite antes de 2026, ele poderá ser paralisado, em até um mês, após audiência na Câmara dos Deputados. Isso foi uma demanda da Fazenda para criar um “gatilho” para garantir o fim do programa.

Os incentivos abrangem quatro impostos federais: IRPJ, CSLL, PIS e Cofins. A isenção total permanece em 2024. O benefício será aplicado para empresas de lucro real ou presumido. No entanto, a relatora determina que para as companhias de lucro real seja retomada a cobrança integral de IRPJ e CSLL em 2025 sobre o lucro. Para essas empresas, o incentivo fiscal que zera os impostos permaneceria apenas sobre cobranças de PIS e COFINS, até 2026.

(Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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