Senador Beto Faro (PT-PA) é o autor do Projeto de Lei que visa solucionar o “pesadelo” da “invasão” de aço chinês no mercado brasileiro
Uma reunião marcada para esta quinta-feira (4), no gabinete do senador Beto Faro (PT-PA), em Brasília, vai debater com membros do Instituto Aço Brasil – entidade que representa as empresas brasileiras produtoras de aço -, o Projeto de Lei 705/2024, de autoria de Faro, que propõe medidas temporárias de proteção comercial aos insumos industriais estratégicos do setor. A medida é de extrema importância para o setor , porque tenta responder uma crise na indústria siderúrgica nacional que vive o que chamam de “pesadelo”, diante da entrada massiva do aço chinês que estaria gerando competição desleal no mercado de aço e crise no mercado formal de trabalho.
Para se ter uma ideia, a China exportou em 2023, cerca de 90 milhões de toneladas de aço e o Brasil foi o sétimo principal destino dos embarques. Entraram, aços laminados, tomando mercados da CSN, Usiminas, Gerdau e outras produtoras locais, mais de 2,5 milhões de toneladas oriundas do país asiático, de um total de 4,4 milhões.
Se somar produtos semiacabados, as usinas chinesas despacharam cerca de 3 milhões de toneladas ao Brasil. Ou seja, 60% do total que entrou no país. A indústria do aço já advertiu que, se os níveis de importação da China forem mantidos, algumas empresas, como a Usiminas, irão fechar mais alto-fornos sendo que outras, falam em paralisação.
O projeto de lei apresentado pelo senador Beto Faro, será amplamente debatido, ouvindo toda a cadeia produtiva do aço . O PL propõe aumentar de 12% para 25%, a taxação do aço chinês, cada vez que houver um aumento atípico de importação desses insumos pelo Brasil no período de 12 meses.
De acordo com o setor, para este ano , a previsão é de que o Brasil compre da China, algo em torno de 4 a 5 milhões de toneladas de aço. Um volume que se fosse produzido no Brasil representaria cerca de 250 mil novos empregos diretos e indiretos. “O que nós buscamos é um diálogo franco, aberto que possibilite uma concorrência mais justa”, afirmou.
(Foto: Alessando Dantas)
