O senador criticou o general Freire Gomes por “ameaçar” prender o ex-presidente Jair Bolsonaro: “Cometeu prevaricação ao não denunciar ou é caluniador”
O senador e ex-ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro (PL), Ciro Nogueira (PP-PI) atacou o general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, que, de acordo com o depoimento do ex-chefe da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, teria ameaçado prender o então mandatário caso ele insistisse em levar adiante o planejamento de um golpe de Estado.
“O general da ativa mais importante do país na ocasião que ouviu uma ameaça grave à Democracia é o mesmo que agora bate no ex-Comandante em Chefe que perdeu as eleições da mesma forma que bateria continência para o mesmo Comandante em Chefe, caso ele tivesse sido reeleito?”, disse Nogueira nesta segunda-feira (18), de acordo com reportagem do jornal O Globo.
Em seguida, Ciro Nogueira chamou Freire Gomes de “criminoso inconteste”. “Está absolutamente provado que há um criminoso inconteste. Ou o criminoso que cometeu prevaricação ao não denunciar ao país o ‘golpe’ ou o caluniador que o denuncia hoje, não tendo ocorrido”, disse. Por fim, o senador afirmou que o general teria apoio da sociedade brasileira caso tivesse denunciado a trama golpista em dezembro de 2022 e ironizou as denúncias.
“Borrar-se agora porque não pode fazer as continências que faria é uma vergonha inominável. Todos os militares têm o dever de honrar sua farda. Alguns deveriam ter ainda mais compromisso em honrar seus pijamas”, acrescentou.
Na última sexta-feira (15), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo de parte dos depoimentos que compõem a investigação da trama do golpe, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em seus esclarecimentos, Baptista Júnior afirmou que Freire Gomes teria ameaçado o ex-presidente de prisão.
“Depois de o Presidente da República, JAIR BOLSONARO, aventar a hipótese de atentar contra o regime democrático, por meio de algum instituto previsto na Constituição (GLO ou Estado de Defesa ou Estado de Sítio), o então Comandante do Exército, General FREIRE GOMES, afirmou que caso tentasse tal ato teria que prender o Presidente da República”, diz trecho.
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)