Número já é superior ao registrado em anos como 2021, 2020, 2018 e 2017. Ao todo, sete unidades federativas já declararam epidemia da doença: Acre, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Distrito Federal
O número de casos prováveis de dengue no Brasil, neste ano de 2024, alcançou 1.017.278 na tarde desta quinta-feira (29). A título de comparação, no ano passado inteiro, foram 1,6 milhão de casos. Ainda para efeito de comparação, o número atual é superior por completo de 17 anos da série histórica, como 2021, 2020, 2018 e 2017. A informação é do Painel de Arboviroses, do Ministério da Saúde, atualizado todos os dias às 16h. O país registra também 214 mortes pela doença e outras 687 estão em investigação.
O Distrito Federal segue à frente no ranking de incidência (casos/100 mil habitantes), com 3.612,7 pessoas. Na sequência estão Minas Gerais (1.714), Espírito Santo (988), Paraná (878), Goiás (857), Acre (777) e Rio de Janeiro (493). Ao todo, sete unidades federativas já declararam epidemia de dengue: Acre, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Distrito Federal. Outros 154 municípios também declararam situação de emergência para a doença. As informações são do último boletim epidemiológico semanal da dengue, divulgado pelo Ministério da Saúde na terça-feira (27).
Até o momento, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, descartou declarar epidemia nacional da doença. Segundo a pasta da Saúde, a alta de casos neste ano é atípica devido às proporções acima do esperado e a ocorrência mais cedo do que o normal. No início do mês, a secretária de Vigilância em Saúde do ministério, Ethel Maciel, disse que, “em geral, há um crescimento de casos no final de março e começo de abril”, mas que em 2024 “nós começamos a ver o crescimento dos casos já em janeiro”.
Conforme o último informe semanal do Ministério da Saúde sobre dengue, baseado em dados de até 24 de fevereiro, o Brasil registrou nesse início de ano uma alta de 369% nos casos em relação ao mesmo período do ano passado, além de 154% nos diagnósticos graves e de 31% nas mortes. O cenário preocupa já que 2023 foi o segundo pior da série histórica, com 1.658.816 casos, além de ter sido o mais letal, com 1.094 óbitos. A estimativa da pasta é que o Brasil chegue a inéditas 4,2 milhões de infecções até o fim do ano, o que ultrapassaria em 149% o pior ano registrado até agora, 2015, quando foram 1.688.688 de casos da arbovirose.
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