Antony Blinken, principal diplomata dos Estados Unidos, reforçou nesta quinta-feira (22) que o governo norte-americano discorda da fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparando o Holocausto com a ação militar de Israel na Faixa de Gaza, mas ressaltou que ter divergências “é algo que os amigos fazem”.
“Também temos diferenças em algumas questões e na forma como as abordamos, e, nesta questão específica, obviamente, na comparação de Gaza com o Holocausto, discordamos profundamente”, ponderou Blinken em coletiva de imprensa.
“Mas isso também é algo que os amigos fazem, podemos ter essas divergências, até divergências profundas sobre esta questão específica, ou devo dizer, até mesmo um aspecto da questão, e ainda assim continuar todo o trabalho essencial que fazemos juntos”, avaliou.
Ainda sobre o conflito de Israel, ele ressaltou que os EUA apoiam a libertação de todos os reféns, o fim da guerra e o envio de mais ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, citando que o Brasil também apoia esses pontos.
Blinken participou de reunião com Lula e da cúpula de chanceleres do G20 no Rio de Janeiro e destacou nesta quinta que os EUA pretendem continuar trabalhando em conjunto com o Brasil, citando desde a proteção na Amazônia até o direito dos trabalhadores.
Sobre a guerra na Ucrânia, o diplomata pontuou que “há grande vontade” dos países do G20 para que a “agressão russa” tenha fim, observando que novas ações contra a Rússia serão anunciadas.
Abordando a morte de Alexei Navalny, então principal opositor de Vladimir Putin, comentou que ele foi “alguém verdadeiramente heroico na vida, no trabalho, mas o fato de que Vladimir Putin viu necessidade em perseguir, envenenar e prender um homem ‘fala alto’ — não sobre a força da Rússia sob Putin, mas sobre fraqueza”.
Outros pontos abordados por Antony Blinken foram: Combate à violência no Haiti e coalização da ONU; Imigração; Combate ao tráfico de drogas; Segurança sobre inteligência artificial; Responsabilidade de instituições financeiras.
Assim, destacou que não se lembra de outro período com maior “complexidade e interconexão” nos problemas mundiais, mostrando a importância do trabalho conjunto entre os países. (Foto: REUTERS/Florion Goga)