Sâmia Bomfim pede acesso a inquérito sobre assassinato do irmão

A parlamentar pretende conhecer as principais linhas de investigação e obter informações sobre provas que já foram colhidas até o momento; Diego Bomfim e outros dois ortopedistas foram mortos na praia da Barra da Tijuca, no Rio, na quinta (3)

 

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) anunciou na noite de domingo (8) que solicitou acesso ao inquérito sobre o assassinato de seu irmão, o médico ortopedista Diego Ralf de Souza Bomfim, de 35 anos. O objetivo da família é obter informações sobre as linhas de investigação e eventuais provas. Diego e outros três médicos, Marcos de Andrade Corsato, 62 anos, Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos, e Daniel Sonnewend Proença, 32 anos, foram vítimas de um ataque a tiros em um quiosque, na avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Apenas Daniel sobreviveu.

“Nossa família, através de nossos advogados, conforme nos autoriza a legislação brasileira, pediu acesso aos dados do inquérito sobre o assassinato do Diego para que possamos ter conhecimento sobre as linhas de investigação, dados e eventuais provas”, escreveu Sâmia Bomfim no X (antigo Twitter).

De acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ), o crime ocorreu pouco antes de 1h da última quinta-feira (5). Na ocasião, três homens vestidos de preto desceram de um carro branco, que ficou estacionado do outro lado da rua do quiosque, aproximaram-se dos quatro médicos e efetuaram os disparos, sem anunciar assalto, e fugiram. Toda a ação dura menos de um minuto. Foram 33 tiros.

Os médicos, que não eram do Rio de Janeiro, estavam na cidade para o 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo. Eles estavam hospedados no Hotel Windsor, que sedia o evento, em frente ao quiosque onde foram assassinados.

O modo como foi praticado o crime aponta para indícios de execução. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) da Polícia Civil, no entanto, ainda investiga o caso. A principal linha de investigação é de que os assassinos teriam confundido uma das vítimas, Perseu Ribeiro Almeida, com um miliciano. Outras linhas de investigação, no entanto, ainda não foram descartadas.

Segundo essa linha de investigação, o alvo seria Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa. Os dois são apontados como integrantes de uma milícia que atua em bairros da Zona Oeste.   Em 2020, Taillon chegou a ser preso acusado de fazer parte de uma organização criminosa que atuava em Rio das Pedras. Em setembro deste ano, ele obteve liberdade condicional e passou a morar a poucos metros do local do crime, na Avenida Lúcio Costa.

Morte dos suspeitos

No mesmo dia da execução dos médicos, a Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou quatro corpos na Zona Oeste da cidade. Dois deles seriam dos suspeitos de executar os três médicos. De acordo com a polícia, os corpos dos suspeitos foram encontrados pela Delegacia de Homicídios. Três deles estavam dentro de um carro na rua Abrahão Jabour, nas proximidades do Riocentro, em Jacarepaguá. Outro corpo estava em um segundo veículo, na avenida Tenente-Coronel Muniz de Aragão, na Gardênia Azul.

Até o momento, a polícia conseguiu identificar dois dos quatro corpos. Um deles é de Philip Motta Pereira, conhecido como Lesk. Ele, que seria do Comando Vermelho, seria o autor da ordem do ataque contra os médicos. O segundo corpo é de Ryan Nunes de Almeida, que integrava o grupo liderado por Lesk, chamado de “Equipe Sombra”. Os corpos tinham ferimentos de disparos de arma de fogo e facadas.

Outros dois suspeitos de envolvimento no ataque aos médicos não estão entre os mortos, conforme apurou a investigação: Bruno Pinto Matias, o Preto Fosco, e Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW.

(Foto: Bruna Bonfim/g1)

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