Instituto Brasil-Israel repudia Flávio Bolsonaro por comparar 8 de janeiro e holocausto

Durante sessão da CPMI no Congresso Nacional, senador e filho do ex-presidente afirmou que as condições entre os eventos são ‘muito parecidas’; entidade afirma que o parlamentar foi desrespeitoso

 

O Instituto Brasil-Israel emitiu uma nota de repúdio contra a declaração do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) que, durante a sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro, comparou os presos nas manifestações antidemocráticas com as vítimas do Holocausto. Em posicionamento, a entidade afirmou que a declaração do parlamentar banaliza a tortura sofrida durante a Segunda Guerra Mundial e classificou o ocorrido como mais uma “distorção que fere a memória das vítimas”.

“Flávio decide entrar em resoluções assustadoras, sendo desrespeitoso e ofensivo com a memória”, diz trecho da nota. Entre os anos de 1933 a 1945, o Holocausto realizado pela Alemanha nazista exterminou mais de 6 milhões de judeus.

O Instituto afirma ainda que há diferenças claras entre os presos do 8 de janeiro e as vítimas do Holocausto, já que o segundo grupo não praticou crime algum e foi exterminado em “razão de sua identidade religiosa, nacional, sexual ou política”. A reação ocorreu após o comentário feito por Flávio durante o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) General Augusto Heleno.

“As prisões de milhares de pessoas nos dias 8 e 9 de janeiro foram feitas nos moldes nazistas. (Durante o Holocausto) a gente via pessoas com medo, querendo fugir do nazismo e sendo direcionadas para estações de trem de forma pacífica, com a falsa promessa que iriam entrar em um trem e fugir do regime, mas enquanto estavam nas estações, eram ligadas as câmaras de gás e as pessoas morriam aos milhares. Muito parecido com o que aconteceu aqui nos dias 8 e 9 de janeiro”, comparou.

 

Confira a nota na íntegra

A declaração feita hoje por Flávio Bolsonaro em que compara vítimas do Holocausto aos depredadores de Brasília é um caso clássico de banalização do Holocausto.

Flávio decide entrar em resoluções assustadoras, sendo desrespeitoso e ofensivo com a memória.

Ao contrário dos detidos e presos por crimes em Brasília, as vítimas dos nazistas não cometeram crime algum, e foram exterminadas em razão de sua identidade religiosa, nacional, sexual ou política.

Por fim, Flávio Bolsonaro afirma ter visitado o Museu do Holocausto em Jerusalém, o que o legitimaria a fazer tais comentários. Mais uma distorção negacionista que fere a memória das vítimas.

(Foto: Pedro França/ Agência Senado)

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