Ministro reitera o compromisso do governo de tirar o Brasil do mapa da fome

Wellington Dias também falou em entrevista ao “Bom Dia, Ministro” sobre o combate às fraudes no Bolsa Família e atendimento à população de rua

 

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, reiterou nesta quinta-feira (21) que o governo tem como meta retirar o país do mapa da fome novamente. “Afirmo aqui para o Brasil inteiro: nós vamos, novamente, tirar o Brasil do mapa da fome. O Plano Brasil sem Fome, lançado por ele [Lula] no meu estado, no Piauí, tem essa missão. E estamos abraçando com todo carinho o desafio. Garantir que a gente tenha transferência de renda, complemento de alimentação, mas também o caminho de tirar da pobreza e da promoção social. É isso que quer o presidente da República pelo Brasil apresentado na ONU”, disse durante entrevista a emissoras de rádio durante o programa “Bom Dia, Ministro”. Dias lembrou que, atualmente, 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil.

Durante a sua fala o ministro destacou que, após o pente-fino que eliminou cadastros irregulares no Bolsa Família e a busca ativa por pessoas que efetivamente tem o direito de receber o benefício, mais de 21 milhões de pessoas tem recebido o valor como processo para retirar o Brasil do mapa da fome. “Trouxemos para o Cadastro Único e para o Bolsa Família pessoas que agora passam a receber. São mais de 21 milhões de pessoas recebendo algo próximo aí de R$ 700 por mês, e que passam a ter aquilo que o presidente Lula mais sonha, o que ele quer para o mundo, o direito de tomar café, almoçar e jantar todo dia. Direito simples. Ele que vivenciou a fome ali em Garanhuns, Pernambuco, agora coloca um desafio: tirar novamente o Brasil do mapa da fome. E eu afirmo aqui para o Brasil inteiro, nós vamos tirar novamente o Brasil do mapa da fome. O plano Brasil Sem Fome tem essa missão”, acentuou Dias.

As declarações do ministro tem como base o que foi apontado pelo presidente Lula em seu discurso na abertura na Assembleia Geral da ONU e ao fato de que ao iniciarem o novo governo se depararam com o resultado de anos de descaso com políticas sociais: 33 milhões de pessoas passando fome no Brasil. Conforme indicou, o aumento da pobreza que culminou nesse resultado é uma das consequências do golpe impetrado contra a ex-presidenta Dilma Rousseff. Neste sentido, lembrou que em 2018 o Brasil alcançou seu menor patamar de pobreza, quando chegou a 18%. “Quando a gente assume [o governo], são 94,7 milhões de pessoas no Cadastro Único, ou seja, na pobreza, o que significa algo próximo de 45%, ou seja subiu de 18% para 45% a pobreza no Brasil. Subiu a pobreza e também o número de pessoas na extrema pobreza, no Auxílio Brasil encontramos em janeiro 55 milhões de pessoas, criança, idosos”, salientou.

Sobre as colocações feitas pelo presidente na ONU, destacou: “Como ele [Lula] diz, é uma decisão política. Como é que o mundo coloca mais de US$ 1 trilhão por ano para guerras e vem dizer que não tem dinheiro para matar a fome de quem precisa, para reduzir a pobreza?”, completou.

 

‘O Bolsa Família não é um emprego’, rebate ministro

Ao ser questionado sobre o combate às fraudes no cadastro que leva ao Bolsa Família, o ministro desaconselhou a prática, exemplificou o impacto para os cofres públicos e pontuou que o benefício não é emprego e muito menos solução definitiva. “O Bolsa Família não é um emprego, ele não é uma solução definitiva. Ele é um atendimento social e emergencial. Quer o Brasil que nenhuma pessoa tenha ali uma situação que não tenha condição de comer, tomar café, almoçar de jantar. O que fazer? A preferência do Brasil foi pela transferência de renda. Ter um cadastro único que é atualizado sempre”, explicou.

Sobre as fraudes, o ministro expôs que muitas pessoas se cadastraram individualmente como forma de que a mesma família receba mais benefícios. “Tivemos casos em que uma família a mulher cadastrava, o marido se cadastrava, às vezes botava um, dois filhos para se cadastrar também separados, como se fossem duas, três, quatro famílias. Quando a gente olha no município, moram na mesma casa, são uma mesma família, então aí não tem jeito é uma fraude. Eu chamo a atenção para ter um cuidado porque agora voltou a rede de fiscalização e controle do Bolsa Família. Nos estudos feitos pela Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas da União, tem municípios que, vamos dizer, tem 10 mil pessoas como beneficiários do Bolsa Família, 6.500 morando só, ou seja, 65%. Não é razoável. Pelo IBGE moram sozinhos no Brasil 16 por cento. Para a classe mais baixa o normal é 12 por cento, normalmente morar só é um fenômeno da classe média e às vezes da classe alta. Eu digo isso para mostrar que a gente não pode aceitar fraude. Um milhão de pessoas que fraudam o Bolsa Família geram por ano um prejuízo de 8,4 bilhões de reais”, acrescentou.

Pessoas em situação de rua

De acordo com Dias, alguém que perdeu o vínculo com a família, esteja em situação de rua, ou que foi abandonada, essa pessoa também pode recorrer ao Bolsa Família até que se tenha outra alternativa. Para ele, a questão da população em situação de rua é um dos maiores desafios do Brasil, sendo preciso fortalecer a rede de acolhimento que hoje conta com aproximadamente 24 mil unidades em todo o país. Sobre projetos do ministéiro, aponta o de alimentação e de passagens como prioritários: “Estamos agora focados em criar a alimentação SUAS (Sistema Único de Assistência Social) e estamos começando pela população de rua. Ali a gente repassa recursos para compra de alimentos com participação de entidades”.

“Também estamos preparando para aprovação na comissão tripartite a ampliação, a gente já tem o programa, daquela condição de repasse de dinheiro para as pessoas que estão em situação de rua e querem voltar para a sua cidade, o seu estado, a sua família, às vezes o seu país, para aquelas famílias que durante uma pandemia perderam o emprego e foram parar na rua”, disse.

Por fim, falou da importância de medidas com aluguel social: “Queremos voltar com o modelo do aluguel social, garantir as condições de abrigo, é claro, para quem precisar. Quem tem um problema de saúde mental encaminhar para a área adequada, se é um problema de dependência química, dependência do álcool ou de alguma droga, também tem aí uma rede de assistência de atendimento e trazer de volta para a reinserção com a família, com a sociedade, com o emprego”, concluiu.

(Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

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