Lula vai conversar com Ortega para liberar bispo católico preso na Nicarágua

Dom Rolando José Álvarez, bispo de Matagalpa, foi condenado por um tribunal nicaraguense por “desestabilizar o país” e se encontra em prisão domiciliar

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (22) em Roma, na Itália, que irá conversar pessoalmente com o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, sobre a perseguição aos católicos e a liberação de um bispo preso no país. Falando a repórteres um dia após o encontro com o Papa Francisco, Lula disse que “não há razão” para que o bispo Rolando Alvarez seja impedido de exercer suas funções.

Lula afirmou que o presidente da Nicarágua deveria ter “a coragem” de reconhecer que houve um erro. “Pretendo falar com o Daniel Ortega (presidente da Nicarágua) para liberar o bispo. Vou tentar ajudar, se puder ajudar. Nem todo mundo é grande para pedir desculpas; a palavra é simples, mas exige grandeza”, disse Lula a jornalistas no hotel onde está hospedado, próximo ao Vaticano, antes de viajar a Paris, na França.

Católicos vêm sofrendo perseguição na Nicarágua. Dom Rolando José Álvarez, bispo de Matagalpa, foi condenado por um tribunal nicaraguense por “desestabilizar o país” e se encontra em prisão domiciliar. Ortega, por sua vez, chamou a Igreja Católica de “ditadura perfeita”. Em comunicado sobre o encontro de Lula e o papa Francisco, ocorrido na quarta-feira (21), o Vaticano disse que o pontífice conversou com o brasileiro sobre a situação política na América Latina.

Na entrevista coletiva, Lula voltou a cobrar o fim da a guerra na Ucrânia e afirmou ter falado sobre uma solução de paz com o pontífice argentino. “Estou de acordo com o papa Francisco (sobre a paz). É preciso encontrar uma solução pacífica. Não é justo gastar bilhões com guerra com tanta gente passando fome”, disse.

“O melhor negócio para a guerra é terminar essa guerra. O nosso papel é tentar convencer Zelensky (Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia) e Putin (Vladimir Putin, presidente da Rússia). O que não dá [é para imaginar] uma luta infinita. Já durou demais. Os dois presidentes têm que ter isso em conta”, acrescentou.

(Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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