Torres, Dino e Cid deverão ser os primeiros convocados da CPMI dos atos golpistas

Relatora Eliziane Gama apresentou nesta terça-feira o plano de trabalho com roteiro de como quer seguir a investigação

 

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de Janeiro, deputado Arthur Maia (União-BA), disse que irá começar a votar nesta quarta-feira (7) os pedidos de convocação e convites para depoimentos no colegiado, seguindo a ordem dos nomes mais requeridos, como o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, o ministro da Justiça, Flávio Dino e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

Nessa primeira reunião do colegiado, após a eleição da mesa, a relatora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentou seu plano de trabalho. “Segui um critério objetivo e convoquei os seis primeiros e coloquei na pauta todos os pedidos de informação que foram requeridos da CPMI. Pretendo fazer uma aprovação de bloco e aceitarei que algum pedido que algum deputado pedir para que seja excluído, vamos excluir”, disse Maia no início da sessão desta terça-feira (6).

Os seis nomes que devem ter o pedido de oitiva votado nesta quarta-feira são: Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal; Flávio Dino, ministro da Justiça; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro; Marco Edson Gonçalves Dias, General e Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI); Jorge Eduardo Naime, Comandante do Departamento de Operações (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF); Saulo Moura da Cunha, Diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A relatora Eliziane Gama (PSD-MA) apresentou seu plano de trabalho em 79 páginas, com uma série de requerimentos. Ela pede que as oitivas comecem por Torres. “Se inicia com a oitiva do agente público que, na ocasião, ocupava o cargo estratégico no comando da segurança pública do DF. Concomitantemente, serão deliberados os requerimentos de informações, a partir das quais se espera, como natural desdobramento, a investigação dos demais fatos elencados no Requerimento que embasou a instauração desta CPMI”, diz ela no plano.

Eliziane destacou ainda sete pontos de como deve conduzir a investigação: a atuação de Anderson Torres, enquanto Ministro da Justiça e Segurança Pública, e sua relação com a ação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e com o seu então diretor, Silvinei Vasques, no segundo turno das eleições e diante das manifestações golpistas ocorridas nas rodovias nacionais logo após o resultado das eleições; e a atuação de Anderson Torres, enquanto Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal.

Ainda constam nesta lista os acontecimentos dos dias 12 e 24 de dezembro de 2022; os acampamentos na região do Quartel-General do Exército e os atos antidemocráticos contra as sedes dos Três Poderes para identificar seus mentores, financiadores e executores; o planejamento e a atuação dos órgãos de segurança pública da União e do Distrito Federal no dia 08 de janeiro, bem como o apagão na execução das medidas de contenção; as manifestações públicas e em redes sociais de agentes políticos contra o resultado das eleições; a relação do tenente-Coronel Mauro Cid com pessoas envolvidas com o fato determinado investigado por esta CPMI e com eventuais conspirações golpistas; e a atuação dos órgãos das Forças Armadas e sua relação com os acampamentos na região do Quartel-General do Exército.

(Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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