Petrobras: “Nova política de preço tem que ser feita com sabedoria e calma”

Três meses após assumir a presidência da Petrobras, Jean Paul Prates disse ter encontrado uma empresa traumatizada com os problemas do passado, mas que se prepara para voltar a investir em novas áreas, inclusive na transição energética.

A estatal está prestes a concluir sua nova estratégia comercial, com a promessa de oferecer valor menor ao consumidor do que a PPI (política de paridade de importação), que leva em conta o valor do dólar e do petróleo. Ele antecipou detalhes da nova estratégia comercial da empresa, como a adoção de preços de combustíveis distintos de acordo com cada região e cliente, mas afirmou que a estatal não vai se “desgarrar” do mercado internacional.

Questionado em relação ao debate sobre a mudança na política de preços da Petrobras, o presidente da empresa afirmou: “Isso tem que ser feito com sabedoria e calma. Na campanha, o presidente Lula falou em abrasileirar o preço. Falei várias vezes que a gente tem que se libertar do dogma do PPI. Não faz sentido brigar tanto pela autossuficiência, ser até exportador, brigar pela autossuficiência em refino e dizer: ‘Agora o preço aqui é o de Roterdã mais o frete’. Isso tudo com a penalização do brasileiro. Um país autossuficiente em petróleo e quase autossuficiente em refino não pode estar na mesma situação que o Japão, que não produz uma gota de petróleo, ou Vanuatu, que nem refinaria tem”.

“Esse mistério vai acabar já. Daqui a pouco a gente vai anunciar. O que vamos divulgar é a estratégia comercial da Petrobras quanto a preços. Não é política de governo. É o que a Petrobras vai praticar como estratégia comercial respaldada nas vantagens competitivas de produzir e refinar no Brasil”, prosseguiu.

As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Globo.  (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

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