Como as vacinas falsificadas e o assassinato de Marielle se conectam?

Dois alvos da Operação Venire da Polícia Federal, de falsificação dos registros de Bolsonaro de vacinação contra Covid, nesta quarta-feira (03), são figuras-chave para decifrar o inquérito do assassinato de Marielle Franco.

Um deles é Ailton Barros, ex-assessor de Jair Bolsonaro e ex-major do Exército. Em 2022, ele foi candidato a deputado estadual, no Rio de Janeiro, pelo PL, não conseguindo se eleger, ocupa o cargo de suplente.

Foi um dos presos na manhã desta quinta-feira (03) pela PF, suspeito no esquema de falsificação de dados de carteirinha de vacinação do Ministério da Saúde.

Mas além das suspeitas nos crimes de adulteração, nas mensagens que Ailton trocou com outros envolvidos neste esquema, ele afirmava que sabia quem foi o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018.

O outro nome-chave do processo é o ex-vereador do Rio de Janeiro, Marcello Moraes Siciliano, alvo de busca e apreensão no atual caso das vacinas, mas que já estava arrolado nas investigações da morte de Marielle, chegando a ser apontado, por um período, como o principal suspeito de mandante do crime.

Por que a investigação das vacinas pela PF levou a mensagens do caso Marielle?

As mensagens foram captadas pela PF no caso da falsificação do registro de vacinas porque, segundo os investigadores, o então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, pediu a ajuda do ex-vereador Marcello Siciliano para conseguir um cartão de vacinação de Covid-19, adulterado, para a sua esposa.

Em troca, Siciliano pediu ao assessor de Bolsonaro que o ajudasse a resolver o seu visto de entrada nos Estados Unidos, uma vez que a documentação estava sendo barrada pelas acusações que ele enfrentava sobre o assassinato de Marielle Franco.

Nas mensagens obtidas pela PF, além da troca de favores de Marcello Siciliano – apontado como o mandante do crime de Marielle – com o ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, o terceiro investigado e ex-assessor de Bolsonaro, Ailton Barros, afirmava que sabia quem foi o mandante da morte.

As informações foram reveladas pela PF, nesta quarta, com a Operação Venire, de falsificação dos registros de vacina da família Bolsonaro e de seus assessores. (Foto: Reprodução/Instagram)

 

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