Com a proximidade das eleições internas do Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-ministro José Dirceu lançou uma carta aberta neste sábado (25) à base militante do partido, na qual confirma seu apoio à candidatura de Edinho Silva para liderar a sigla. A votação está marcada para o dia 6 de julho e será realizada pelo Processo de Eleições Diretas (PED).
Dirceu declara que a conjuntura presente demanda coesão: “A situação política requer de nós a esforço para unir a CNB e o PT, respeitando a sua diversidade e pluralidade, além de formar uma maioria que ultrapasse a CNB e garanta ao partido a capacidade de governar nos próximos quatro anos.”
Ao explicar seu apoio a Edinho Silva, o ex-ministro apresenta um resumo da carreira política do atual prefeito de Araraquara, destacando sua origem como trabalhador e suas vivências em diferentes esferas de governo e no Legislativo. “Apoiar a candidatura do nosso camarada Edinho Silva, primeiro na CNB e agora no PED, fundamenta-se em sua legitimidade e na vasta experiência que ele possui como vereador, deputado estadual, duas vezes presidente do PT de São Paulo, quatro vezes prefeito e também ministro no Governo da presidenta Dilma.”
Dirceu também destaca os concorrentes internos na corrida pela liderança do partido: “Essa coesão se manifesta na inclusão de todas as correntes e vertentes políticas na direção nacional e em sua executiva, além do reconhecimento das candidaturas, todas elas representativas e válidas: o camarada Rui Falcão […], Romênio Pereira […], e, por último, Valter Pomar […]”.
Em uma parte mais incisiva da carta, Dirceu declara: “Cabe a nós praticamente reerguer o PT após uma década de ataques diretos, perseguições e até tentativas de anulação do nosso registro, sem mencionar o golpe parlamentar-jurídico que usurpou o mandato de nossa presidenta Dilma e a vergonhosa prisão de nosso colega Lula em um processo injusto, apressado e de natureza política, que, por sorte, já foi revogado pelo Supremo Tribunal Federal.”
O ex-ministro propõe a formação de uma coalizão mais abrangente para combater a extrema-direita, juntamente com a implementação de reformas estruturais. “A situação atual e as circunstâncias em que governamos nos demandam a habilidade de estabelecer parcerias que vão além da centro-esquerda, ao mesmo tempo em que precisamos fomentar a mobilização popular, social e sindical para impulsionar as reformas estruturais que o país necessita: nas áreas política, tributária e financeira.”
Ele sugere transformações internas na legenda: “Nosso PT deve se reestruturar para recuperar a habilidade de mobilização, renovando nossas sedes, fortalecendo nossa presença nas redes, ampliando a formação política por meio de EAD e reconfigurando nossas interações com os movimentos sociais e nossas campanhas a nível nacional.”
Ao concluir, Dirceu solicita a colaboração da base: “Convoco todos os membros do PT, nossa destemida e lutadora militância, a se envolver no PED, na formação das chapas, nas discussões políticas e a votar no dia 6 de julho. Vamos mostrar a força da nossa democracia interna e nossa habilidade em unir o PT na diversidade e pluralidade, para reeleger nosso presidente Lula em 2026 e continuar com nosso projeto político em prol de um Brasil democrático e popular.” (Foto: Rede Brasil)