Zambelli será investigada por possível irregularidade na internação de hacker em hospital

A Polícia Federal (PF) afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que é necessário apurar as circunstâncias de uma internação do hacker Walter Delgatti Neto na Santa Casa de Guaratinguetá (SP) em 2023.

O pedido de uma nova investigação envolvendo a deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi feito no relatório enviado ao STF na quinta-feira (29), dentro do inquérito que apura a invasão ao site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O relatório entregue quinta indiciou Zambelli e Delgatti sob suspeita de terem hackeado o Conselho para inserir documentos falsos contra o ministro do STF Alexandre de Moraes. Os dois são suspeitos de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

Quanto à internação de Delgatti na Santa Casa do município paulista, a PF destacou que as conversas apreendidas ao longo das investigações indicam que houve uma tentativa de ocultar a identidade dele.

Ainda segundo a corporação, o episódio precisa ser investigado porque o hacker disse em depoimento que ficou na ala particular do hospital sem pagar nada. Além disso, Zambelli enviou recursos de emendas parlamentares para o hospital.

“Há conversas mencionando um atendimento médico de Walter na Santa Casa de Guaratinguetá/SP, o que, a princípio, não seria irregular, chamando, porém, a atenção de as conversas indicarem que Walter deveria tentar ocultar sua identidade”, afirmou a PF.

“Além do que, o mesmo [Delgatti] afirmou em sua oitiva que ficou, de forma gratuita, em área particular, o que necessita ser esclarecido em investigação autônoma, notadamente em razão do fato de Carla [Zambelli] ter destinado, através de emenda parlamentar, R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) à instituição”, completam os investigadores no relatório.

A PF afirma também que, no mesmo dia da internação de Walter Delgatti, Zambelli conversou com Renan – que era um de seus assessores à época e que, segundo as investigações, transportou o hacker até o hospital.

Na conversa, a deputada diz ao assessor que ele deve pegar comprovantes nos pedágios e postos de combustível com o CPF dela.

“O que sugere que pode haver algum tipo de reembolso [eventualmente com dinheiro público]”, diz a PF.  (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

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