A vereadora do Rio de Janeiro, Monica Benício, viúva de Marielle Franco, foi a terceira testemunha a falar no julgamento de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, acusados pela morte da ex-vereadora e do motorista Anderson Gomes, nesta quarta-feira (30). A fala dela durou pouco mais de 30 minutos. Os dois acusados são ex-sargentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro, tendo sido expulsos em 2023 (Ronnie Lessa) e em 2015 (Élcio de Queiroz).
O primeiro é acusado de ser o autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson, enquanto o segundo é apontado como o motorista que conduziu o veículo usado para o crime. Monica se mostrou a mais emocionada das testemunhas de acusação ouvidas até o momento e teve dificuldades para iniciar sua fala.
A viúva depôs após a mãe de Marielle, que compartilhou com os presentes um pouco de sua dor após o assassinato da filha. A sessão foi iniciado no final da manhã com o testemunho de Fernanda Chaves, ex-assessora da vítima.
A arquiteta e vereadora iniciou sua fala relembrando a personalidade da esposa. “Marielle era a amiga que você podia ligar de madrugada. Era uma pessoa muito explosiva, com muita energia. Mas, ao mesmo tempo, muito afetuosa. Tudo pra ela virava um grande evento”, disse.
Ela destacou que “Marielle estava no momento mais feliz da vida dela, como ela mesma reconhecia.” Monica também reiterou a falta que sente da companheira e pediu justiça: “a única justiça possível seria eu não precisar estar aqui e ter a Marielle e o Anderson vivos. Mas, para além disso, dentro do que é possível, eu espero que se faça a justiça que o Brasil, que o mundo espera há 6 anos e 7 meses”.
Segundo Monica, a esposa nunca relatou o medo de sofrer um atentado. “A Marielle, no geral, era uma pessoa que se dava bem com todo que se relacionava”, pontuou.
Anderson Gomes
A quarta entre as sete testemunhas de acusação a dar depoimento foi Agatha Arnaus, viúva de Anderson Gomes, assassinado em 14 de março de 2018, enquanto dirigia o carro onde estavam a ex-vereadora e a então assessora Fernanda Chaves.
A viúva do motorista iniciou sua fala relembrando a personalidade do marido. “O Anderson era uma pessoa maravilhosa, ele sempre quis ser pai, quando a gente começou a namorar ele falava sobre isso e ele adorava as crianças da família”, contou.
Agatha relembrou que ele começou a trabalhar cedo e costumava ser um profissional bastante responsável. O marido tinha o desejo de ser pai e o casal teve o filho Arthur, uma criança com deficiência. “Foi um momento de mais dificuldade da nossa vida, lidando com todas essas situações do Arthur”, relatou. (Foto: Reprodução/TJ-RJ)