Viagem de Lula à China permitirá ao Brasil assinaturas de mais de 20 acordos

Hiroshi Bogéa – Quando retornar da viagem que fará à China, no período de 26 a 31 de março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trará na bagagem mais de 20 acordos de cooperação.

Os tratados a serem firmados atingem praticamente todas as áreas de interesse do governo brasileiro, como redução de barreiras em exportações agrícolas, educação, cultura, finanças, ciência e tecnologia e ações voltadas à reindustrialização, prometida por Lula durante a campanha presidencial.

Informação é do secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Saboia, que adianta a possibilidade de Lula “assinar mais acordos.

Saboia não entrou em detalhes sobre os acordos, mencionando apenas um que trata do satélite Cbers-6, cujo radar é usado no monitoramento de floresta mesmo com a presença de nuvens.

De acordo com um interlocutor envolvido no assunto, um dos pleitos do governo brasileiro que deverão ser levados por Lula e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, será a volta das exportações de carne bovina do Brasil ao mercado chinês, suspensas desde a identificação de um caso da doença da “vaca louca” no Pará, que se revelou atípico.

Esta será a terceira visita de Estado de Lula à China.

As viagens anteriores ocorreram em 2004 e 2009.

A convite do presidente Xi Jinping, Lula será o primeiro líder internacional a ser recebido por um governo renovado, com Xi iniciando um novo mandato.

 

— A visita ocorre em um momento muito auspicioso, em um novo ciclo político no Brasil e na China — destacou Saboia, em entrevista à Reuters.

Comércio, investimentos, reindustrialização, transição energética, mudança climática, paz e segurança mundial estão entre os temas a serem discutidos nos encontros de Pequim.

Os debates acontecerão em um seminário com cerca de 500 empresários, dos quais 240 homens de negócios brasileiros, dos mais variados setores, que acompanharão o presidente durante a viagem à China.

Saboia afirmou que a guerra entre Rússia e Ucrânia, como é esperado, deve entrar na agenda de Lula em Pequim. Mas disse desconhecer o que pode ser conversado.

 

—O presidente Lula tem falado muito sobre a importância da paz. Xi Jinping vai a Moscou nos próximos dias. Isso cria uma massa crítica para uma conversa entre os dois que não posso antecipar — afirmou. ( Fotos: Evaristo Sá/AFP e CLaudio Reyes/AFP)

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