Variação foi de 3,8%, a maior alta anotada para o mês de janeiro nos últimos 23 anos. Setor de vestuário foi o que mais cresceu (27,9%) seguido pelo de produtos alimentícios (2,3%).
As vendas no comércio varejista no País cresceram 3,8% em janeiro de 2023, registrando a maior variação para o mês desde o início da série histórica, em 2000. Na comparação com janeiro de 2022, o crescimento foi de 2,6%, o sexto positivo consecutivo neste índice. Já no indicador acumulado nos últimos 12 meses, a alta foi de 1,3%.
Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esta é a primeira divulgação da nova série da pesquisa, que passou por atualizações na seleção da amostra de empresas, ajustes nos pesos dos produtos e das atividades, além de alterações metodológicas, para retratar mudanças econômicas da sociedade. São atualizações já previstas e implementadas periodicamente pelo IBGE.
O aumento apresentado em janeiro também é o maior para qualquer mês desde julho de 2021, quando houve alta de 3,9%. Cristiano Santos, gerente da pesquisa, ressalta que cada mês tem sua especificidade no setor. Mas salienta que desde setembro (1,1%) o volume de vendas no varejo não registrava alta. “É um resultado importante, porque o comércio vinha de resultados negativos ou estabilidade”, afirma. Assim, o comércio varejista diminui a distância para o nível recorde da série (outubro de 2020), que agora é de -2,9%.
Sete das oito atividades pesquisadas demonstraram crescimento em janeiro. Destaque para o setor de tecidos, vestuário e calçados, que cresceu 27,9% após quatro meses de queda. Outro grupo que influenciou no resultado do varejo nacional foi o de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com aumento de 2,3% após dois meses de diminuição no volume de vendas.
“Ambos os setores sinalizam uma recuperação em janeiro. Pelo resultado de dezembro, é possível considerar que movimentos como Black Friday e o Natal não foram positivos para as duas atividades. Com as quedas anteriores e a base de comparação mais baixa, houve um crescimento importante em janeiro, motivado principalmente por iniciativas pós-Natal”, explica Santos.
O único setor que registrou queda nas vendas em janeiro foi o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,2%), que já vinha de trajetória de queda em dezembro (-0,5%). “Esse movimento foi muito influenciado por cosméticos e perfumaria, que seguem em queda e têm variações mais sensíveis, já que os artigos médicos e farmacêuticos costumam ter trajetória mais estável”, afirma o pesquisador.
Na análise regional da PMC, a passagem de dezembro de 2022 para janeiro de 2023 registrou alta no volume de vendas em 23 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Espírito Santo (8,8%), Tocantins (8,7%) e Roraima (7,4%). Entre as quedas, as maiores influências foram de Mato Grosso (-1,7%), Amapá (-1,6%) e Paraíba (-1,1%). (Foto: Reprodução)