Essa vacina experimental foi projetada para preparar o sistema imunológico para gerar uma resposta para tumores específicos. O melanoma é caracterizado pelo crescimento descontrolado de células produtoras de pigmento.
Um tratamento contendo vacina e medicamento contra o melanoma, tipo mais letal de câncer de pele, entrou na terceira e última fase de testes clínicos, e as responsáveis são as farmacêuticas Moderna e MSD. A imunizante está sendo estudado em combinação com o medicamento Keytruda. Ao total, serão recrutadas cerca de 1,1 mil pessoas maiores de 18 anos em mais de 165 locais de 25 países diferentes para os testes, e as primeiras inscrições já começaram na Austrália. A expectativa é de que a pesquisa leve pelo menos um ano para ser concluída.
Conforme comunicado divulgado à imprensa, o tratamento experimental é baseado em um RNA mensageiro que codifica até 34 neoantígenos (substâncias reconhecidas como “estranhas” pelo organismo). “Após a administração no corpo, as sequências de neoantígenos derivadas de algoritmos e codificadas por RNA são traduzidas endogenamente e passam por processamento e apresentação de antígeno celular natural, uma etapa fundamental na imunidade adaptativa”, pontuam as farmacêuticas.
A terapia é projetada para que o sistema imunológico seja ativado e gere uma resposta antitumoral. “É projetado para estimular uma resposta imune gerando respostas específicas de células T com base na assinatura mutacional única do tumor de um paciente”, ressaltam as empresas.
As pessoas interessadas em participar da última fase de teste devem seguir os seguintes requisitos: “pacientes que tenham ressecado cirurgicamente e confirmado histologicamente/patologicamente o diagnóstico de melanoma cutâneo Estágio IIB ou IIC, III ou IV, que não receberam nenhuma terapia sistêmica anterior para o melanoma além da ressecção cirúrgica e não mais do que 13 semanas se passaram entre a ressecção cirúrgica final”.
O melanoma é a forma mais grave de câncer de pele, sendo caracterizado pelo crescimento descontrolado de células produtoras de pigmento. De acordo com a Moderna e a MSD, estima-se que haverá cerca de 100 mil novos casos de melanoma diagnosticados e quase 8 mil mortes decorrentes da doença nos Estados Unidos ao longo de 2023.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do triênio 2020/2022, sejam diagnosticados cerca de 8.450 novos casos de câncer de pele tipo melanoma, sendo 4.200 em homens e 4.250 em mulheres. “À medida que continuamos nossos esforços para promover novas opções de tratamento para pacientes com melanoma de estágio IIB-IV de alto risco, o início do estudo V940-001 Fase 3 representa um importante passo adiante nesses esforços e em nosso estudo de terapia individualizada com neoantígenos”, explicou a pesquisadora em oncologia Marjorie Green.
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